Sergio Moraes/COP30

A partir desta segunda-feira (10), Belém se torna palco da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), um evento que marca o encerramento de um ciclo intenso de liderança internacional do Brasil. Iniciado em dezembro de 2023, esse período de protagonismo, que coincide com a terceira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acumulou a presidência de três importantes blocos globais e agora culmina no evento ambiental.

Lula aproveitou os espaços para defender bandeiras como o combate à fome e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global. Embora algumas propostas tenham avançado, outras enfrentaram resistência.
Destaques da Liderança Brasileira:

  • G20 (Dezembro/2023 a Novembro/2024): Foi a primeira vez do Brasil na presidência do grupo. O país defendeu o combate à fome, pobreza e desigualdade, desenvolvimento sustentável e reforma da governança global. Houve consenso sobre a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C e apoio ao Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF), que começa a se materializar na COP30. A reforma da governança global, contudo, não avançou.
  • Brics (Janeiro/2025 a Dezembro/2025): O Brasil manteve o protagonismo global, presidindo o agrupamento que incluiu novos membros como Arábia Saudita e Emirados Árabes. A cúpula anual, realizada em julho no Rio de Janeiro, enfatizou a necessidade de reforçar o multilateralismo frente ao “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos.
    COP30 (10 a 21 de Novembro/2025): Sediar a COP30 em Belém representa um esforço do Brasil para fechar lacunas no enfrentamento às mudanças climáticas, buscando financiamento para a transição energética e ações de adaptação em países em desenvolvimento. Apesar de o Brasil ter retornado ao protagonismo climático (após a retirada da candidatura à COP25 em 2018), o evento lida com o esvaziamento parcial, com ausências de líderes da China, Índia e Estados Unidos.
  • Mercosul (Julho/2025 a Dezembro/2025): A presidência brasileira no Mercosul encerra este ciclo. A expectativa está voltada para a possível assinatura do acordo de livre comércio com a União Europeia, com previsão para o dia 20 de dezembro, na Cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro, segundo otimismo do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

A passagem do Brasil por estas presidências e eventos internacionais demonstra a busca por maior influência global, com resultados variados, mas que reforçam o papel do país no cenário diplomático mundial.

Com informações de Metrópoles

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