Dezenas de milhares de palestinos, deslocados pelas forças israelenses, retornam para suas casas pela rua Al-Rashid, na faixa costeira, após o acordo de cessar-fogo na cidade de Gaza - Metrópoles - Foto: Stringer/Anadolu via Getty Images

O governo brasileiro oficializou a entrada na ação judicial da África da Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza. A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores nesta quarta-feira (23/7).

Em nota, o Itamaraty voltou a expressar “profunda indignação” diante dos episódios de violência contra palestinos na Faixa de Gaza, assim como na Cisjordânia ocupada.

“Finalmente, o governo brasileiro anuncia que está em fase final para submissão de intervenção formal no processo em curso na Corte Internacional de Justiça, movido pela África do Sul com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio”, diz um trecho do comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.

No último dia 14 de julho, o chanceler Mauro Vieira já havia antecipado a decisão de se juntar na acusação na Corte, popularmente conhecida como Tribunal de Haia. A medida apresentada pelo governo sul-africano já recebeu apoio público do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apresentada em dezembro de 2023, a ação aponta evidências de crime de guerra contra palestinos, cometidos na Faixa de Gaza.

Relação entre Brasil e Israel

O apoio do Brasil na ação contra Israel marca um novo capítulo na recente tensão entre os dois países.

Após o início da guerra na Faixa de Gaza, o presidente Lula tem sido um crítico das ações israelenses no enclave, onde mais de 62 mil palestinos já morreram desde outubro de 2022.

Por declarações contra Israel, Lula foi declarado persona non grata no país liderado por Benjamin Netanyahu.

Em uma medida já defendida publicamente pelo principal assessor de Lula para assuntos internacionais, embaixador Celso Amorim, o Brasil se encaminha para um rebaixamento na relação diplomática com Israel devido as recentes polêmicas.

Desde janeiro, o governo brasileiro trava a aprovação do nome escolhido por Tel Aviv para assumir o cargo de embaixador no Brasil. O que, no mundo da diplomacia, é visto como um distanciamento na relação entre dois países.

Com informações de Metrópoles

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