
Após ser detida no aeroporto de Bali (Indonésia) com três quilos de cocaína no dia 31 de dezembro do ano passado, Manuela Vitória de Araújo Farias precisou provar que não era uma traficante e que na verdade foi usada como “mula” por uma organização criminosa. Essa foi a linha adotada pela defesa para fazer com que a jovem de apenas 19 anos escapasse da prisão perpétua ou pena de morte, punições usuais na Indonésia para casos de tráfico de drogas. Nesta quinta (8), a justiça do país asiático a condenou a 11 anos de reclusão, resultado comemorado pelo advogado, Davi Lira da Silva. As informações são de O Globo.
— Desde o início a gente esperava conseguir fazer história. Tínhamos provas de que a participação dela foi menor, não foi ela que preparou as malas. Mostramos que ela não tinha o chamado domínio do fato, que não era traficante e que inclusive tentou desistir da viagem, mas foi forçada a ir. Ela não era traficante, talvez fosse mais vítima do que partícipe. — explica Silva, que compartilhou com autoridades indonésias conteúdos e senhas do celular de Manuela. — Colaboramos desde o início. A decisão é histórica, e representa uma mudança de paradigma da Indonésia, em reconhecer os direitos humanos. No passado recente, muitos brasileiros usados como mula foram mortos.
Além dos 11 anos de prisão, Manuela precisará pagar uma multa de 1 bilhão de rúbias, aproximadamente R$330 mil. Caso contrário, sua pena será aumentada em dois anos. Para que consigam arrecadar dinheiro e arcar com a multa, a família da jovem criou uma página no instagram (https://www.instagram.com/ajudemanuelavitoria/).







