Treinadores estrangeiros têm ganhado espaço no cenário do futebol brasileiro. A partir de 2019, sua participação na elite do Brasileirão tem crescido constantemente, totalizando atualmente onze profissionais de fora do país dirigindo equipes na divisão principal.

No Brasileirão desse ano, houve o alcance de uma marca inédita: foi a primeira edição em que os estrangeiros foram maioria entre os treinadores na divisão de elite do futebol nacional, por um período relativamente longo de tempo. No fim do primeiro turno, cerca de 65% dos treinadores eram estrangeiros. Para se ter uma ideia, entre 2003 e 2018, somente 17 gringos trabalharam como técnicos na Série A.

O sucesso de nomes com Jorge Jesus e Abel Ferreira, fizeram com que muitos clubes começassem a ver com bons olhos a contratação de técnicos estrangeiros. Esse movimento tem sido constante e os números mostram que, em boa parte das vezes, os resultados acabam sendo positivos. Evidentemente, que não é uma constante, mas vale ressaltar que os técnicos de outros países trazem conceitos e métodos de trabalho diferentes, isso pode ser um fator que atrai a atenção dos times brasileiros.

Possibilidade de um estrangeiro dirigir a seleção brasileira

Não só os clubes de futebol que estão monitorando a situação de treinadores estrangeiros, a Seleção Brasileira também sonha com o italiano Carlo Ancelotti, apesar de este ter ratificado publicamente o seu desejo de permanecer no Real Madrid. A CBF, mesmo assim, parece “ignorar” essa questão e segue tentando a contratação do italiano.

Caso se concretize a vinda de Ancelotti, essa seria a primeira vez em 60 anos que o Brasil seria treinado por um estrangeiro. Vale lembrar que Carlo Ancelotti é um super técnico, venceu inúmeros títulos importantes e é, sem a menor dúvida, um dos nomes mais “pesados” para assumir uma Seleção tão vencedora como a nossa.

Mesmo que seja compreensível a escolha por um técnico desse nível, a movimentação da CBF e dos clubes brasileiros pode representar uma espécie de declínio na percepção de valor dos técnicos brasileiros?

Existe um declínio dos técnicos brasileiros frente aos estrangeiros?
A percepção de valor dos técnicos brasileiros perante os torcedores, imprensa e diretorias de clubes tem caído de forma considerável. Apesar de isso não necessariamente significar que os brasileiros são piores, na realidade, a tendência é provocada muito mais com o intuito de implementar novas ideias e métodos de trabalho, que eram pouco abordadas por aqui.

O Brasil é, de longe, a maior economia da América do Sul e isso traz certas vantagens aos clubes brasileiros. Aqui, os times dispõem de mais recursos, graças a premiações de torneios e contratos vantajosos de patrocínio com empresas de vários ramos diferentes, que variam desde instituições financeiras, até sites de apostas esportivas. Essa vastidão de recursos, permite que o Brasil busque opções novas nos mercados vizinhos do continente, sem precisar fazer muitos esforços. Muitas vezes, é mais vantajoso trazer um técnico argentino, ou chileno do que um treinador brasileiro.

Além da questão econômica existe uma necessidade de renovação que uma boa parte dos técnicos tupiniquins precisam passar. Não é uma questão definitiva, o Brasil ainda pode “virar esse jogo” graças à recente reformulação no sistema educacional dos treinadores. Até pouco tempo atrás, bastava ter formação em Educação Física para se tornar técnico no Brasil. No entanto, em 2016, com o estabelecimento da CBF Academy, o país deu início a um processo de aproximação ao padrão europeu de formação técnica.

Isso pode significar que a nova geração de treinadores brasileiros pode ser melhor em vários aspectos, podendo se reestabelecer no mercado com mais contundência do que o cenário atual propõe. Só nos resta esperar para saber se o sucesso dos técnicos estrangeiros ainda seguirá acontecendo por aqui. As informações são de Metrópoles.

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