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Cavalcante teria experiência em buscar refúgio em meio ao mato, enquanto tenta escapar de autoridades, segundo disse o tenente-coronel George Bivens ao jornal americano Philadelphia Inquirer, na última sexta-feira. Atualmente, há uma recompensa de R$ 100 mil pelo brasileiro, que foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato da ex-namorada.

De acordo com Bivens, um dos vários policiais envolvidos na operação, foi no mato que o brasileiro, que trabalhava como lavrador, buscou esconder-se após matar a tiros um homem na cidade de Figueirópolis, no Tocantins, em 2017. O assassinato de Walter Júnior, motivado por uma dívida, levou a um mandado de prisão preventiva contra Danilo Cavalcante, que conseguiu deixar o Brasil logo em seguida.

A região de Chester County, onde o brasileiro é procurado, tem ampla área verde, com bosques e locais que poderiam servir de esconderijo.

— Continuarei esta busca, em qualquer ritmo, enquanto for necessário — disse Bivens ao jornal americano.

Em entrevista coletiva neste domingo, a polícia da Pensilvânia informou que a irmã do brasileiro Danilo Sousa Cavalcante foi presa pelo órgão de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, da sigla em inglês). Ela estava em situação irregular no país e vai enfrentar um processo de deportação.

— Ele agora está tentando obter apoio de pessoas conhecidas — disse George Bivens

Cavalcante se estabeleceu no condado de Chester porque tinha uma irmã e amigos que foram para os EUA antes dele. Ele trabalhou por um tempo na construção civil e alugou um trailer para morar em um estacionamento em East Pikeland Township.

Mudança de aparência e van roubada

Bivens também deu explicações sobre o novo avistamento do brasileiro, na madrugada deste domingo. Cavalcante, de acordo com o militar, tentou buscar ajuda com um ex-colega de trabalho. A pessoa procurada pelo brasileiro, no entanto, não estava em casa. O fugitivo então deixou o local. Ao retornar, o morador verificou as imagens do circuito interno de TV e percebeu que se tratava do foragido. Ele então chamou a polícia.

Neste domingo, as autoridades locais divulgaram novas imagens do foragido. Ele agora está sem barba e usou uma van roubada para se locomover. O veículo foi abandonado e já recuperado pelas autoridades locais.

Segundo a polícia da Pensilvânia, o ex-colega de trabalho de Cavalcante analisou as imagens da câmera de segurança da casa, que filma o rosto de quem toca a campainha. Ele verificou que se tratava do fugitivo e decidiu acionar os policiais. São esses registros que a polícia divulgou mais cedo neste domingo, com o brasileiro usando um agasalho esverdeado, boné e sem barba.

Fuga registrada em vídeo

Condenado à prisão perpétua pelo assassinato da ex-namorada, em 2021, Cavalcante fugiu do Presídio de Chester County, na Pensilvânia, pouco mais de uma semana após receber a sentença. Nesta quarta-feira, a recompensa pelo brasileiro subiu de US$ 10 mil para US$ 20 mil, o equivalente a cerca de R$ 100 mil.

Vídeo mostra momento em que brasileiro foge da prisão nos EUA
Vídeo mostra momento em que brasileiro foge da prisão nos EUA

As autoridades liberaram um vídeo que mostra uma parte da fuga de Danilo Cavalcante da prisão de Chester County. Nas imagens é possível ver um detento sem camisa, em primeiro plano. Do lado esquerdo, em um corredor, aparece o brasileiro, de 34 anos. Ele caminha até o fundo e inicia sua técnica para escalar a parede. Cavalcante coloca as mãos na parede da frente e os pés na parede atrás. Dessa forma, ele consegue subir até desaparecer do campo de visão da câmera.

Condenado à prisão perpétua

Em agosto, Cavalcante foi condenado à prisão perpétua após matar sua ex-namorada, a maranhense Débora Brandão, a facadas, em 2021. O crime, que o levou à condenação, ocorrreu porque o brasileiro não aceitava o fim do relacionamento. Segundo a NBC Philadelphia, a condenação não tem chance de liberdade condicional.

Cavalcante e a vítima namoraram por cerca de um ano e meio. Durante esse período, Débora sofreu diversos episódios de violência doméstica.

O brasileiro também tem mandado de prisão por um assassinato ocorrido em 2017, no Tocantins. Ele é réu na Justiça tocantinense em um caso de homicídio em que um homem, Valter Júnior Moreira dos Reis, foi morto a tiros em uma praça em Figueirópolis.

Com informações da O Globo

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