
O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, afirmou, nesta quinta-feira, que os brasileiros que estão na Faixa de Gaza, sob a proteção do governo brasileiro, estão bem e contam com alimentos, remédios, água e gás. Porém, alertou que os produtos podem acabar nas próximas semanas, devido à forte crise humanitária na região.
Há cerca de 30 brasileiros e familiares diretos próximos à fronteira, que aguardam autorização do Egito para irem ao Cairo com veículos alugados pela embaixada do Brasil e, de lá, embarcarem em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O problema é que não há perspectiva de quando isso vai acontecer.
— Graças a Deus, nossos brasileiros estão sendo protegidos da crise humanitária com alimentos, remédios e casas — disse Candeias ao GLOBO.
Perguntado se há risco de os produtos acabarem, ele respondeu:
— Sim, em algumas semanas. Por isso, mandamos recursos para eles fazerem estoque.
Candeas explicou que, seguindo os princípios da política externa, o governo atua em duas frentes, para a proteção de nacionais no exterior. A primeira delas, já concluída, foi retirar os brasileiros do cenário de hostilidades, que começou com ataques do grupo terrorista Hamas a Israel, no último dia 7 de outubro.
— Conseguimos fazer isso, quando retiramos os brasileiros de Gaza, ao norte, e os levamos para o Sul, perto da fronteira. Com isso, preservamos a integridade física dessas pessoas — disse o diplomata.
A segunda vertente para proteger os brasileiros no exterior, destacou o embaixador, é evitar que sejam atingidos pela crise humanitária que atinge Gaza. Por isso, o governo enviou recursos para a compra de alimentos, água, remédios, gás para fazer as refeições e um grande recipiente de água.
— Também oferecemos atendimento psicológico e mantemos contato direto com eles, que estão ansiosos para sair.
Os brasileiros estão distribuídos em dois grupos: dez estão em uma casa em Rafah e em o restante em Khan Younis, onde a maior parte já morava. A passagem de Rafah para o Egito é o único ponto de entrada e saída para a população que vive na Faixa de Gaza, território palestino que está sob ataque de Israel.
Na quarta-feira, o Egito autorizou a entrada de 20 caminhões com ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A abertura é fruto de um acordo com Israel, intermediado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Para integrantes do governo brasileiro, a medida é um passo importante, mas ainda insuficiente para atender a 2,3 milhões de pessoas que estão na região. Um dos pontos fortes da proposta de resolução apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas — que acabou rejeitada por um veto americano — é a criação de corredores humanitários. Com informações de O Globo.







