O deputado capitão Alberto Neto (PL) foi invadido por uma espécie de deslumbrado encantamento com a presença de um público, ainda que rarefeito, disposto em diminuta fila na casa de Angra dos Reis (RJ) do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Com indisfarçável sorriso de extrema felicidade e incandescente brilho nos olhos, Alberto Neto faz a seguinte declaração, gravada em vídeo, que confirma ideário bolsonarista continua vivamente arraigado no Amazonas:

“Gente, café da manhã aqui com o presidente Bolsonaro em Angra dos Reis; presidente atendendo a população; é um negócio inacreditável. Quanto esse homem é querido e como ele ainda continua prestando contas pro povo brasileiro. Impressionante a força desse homem”.

Exagero à parte, o deputado capitão mirou, calibrou, apontou, e acertou com calculada precisão a mosca do alvo. Objetivamente, Alberto Neto foi a Angra dos Reis tão minar ainda mais às pretensões políticas do coronel da reserva, Antônio Menezes, que se resumem na disputa pela Prefeitura de Manaus nas eleições de outubro.

Alberto Neto sabe muito bem que Menezes não engoliu ser defenestrado dos quadros do PL com o aval de Valdemar Costa, o xerife do partido, para depois ser reintegrado por força de liminar.

Ir a Angra dos Reis tomar café com o ex-presidente não passou de mero pretexto engenhosamente articulado para fortalecer a sua imagem junto ao capitão que, na atual conjuntura política, encontra-se fragilidade.

Dizer, todavia, que Bolsonaro vai cair na “arapuca” e se derreter por Alberto Neto, declaradamente candidato a prefeito de Manaus pelo PL, são outros quinhentos. É preciso esperar pelo andar da carruagem. Bolsonaro e Menezes não são apenas conhecidos de ocasião, à busca de votos. A amizade dos dois é forte, forjada nas vicissitudes da caserna.

O café em Angra dos Reis foi pura balela. Cuidado, Menezes!

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