A 2.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus deu sequência nesta terça-feira (14/11) à audiência de instrução relativa à Ação Penal n.º 0565678-11.2023.8.04.0001, que tem como acusados Gil Romero Machado Batista e José Nilson Azevedo da Silva, conhecido como “Nego”. Eles são suspeitos de participação na morte da jovem Débora da Silva Alves, de 18 anos – que estava grávida de oito meses -, crime ocorrido em agosto deste ano.

A audiência foi presidida pelo juiz de direito James Oliveira dos Santos. O promotor de justiça Leonardo Tupinambá representou o Ministério Público do Estado do Amazonas e teve a assistência da advogada Goreth Rubim. O advogado Vilson Benayon representou o acusado Gil Romero, enquanto que a defensora pública Ellen Cristine Alves de Melo atuou na defesa de José Nilson.

A defesa de Gil Romero havia prometido apresentar uma testemunha, mas não obteve êxito, restando assim para os trabalhos desta terça-feira o interrogatório dos dois acusados, haja vista que as testemunhas de acusação foram todas ouvidas no primeiro dia de audiência, no dia 7 deste mês de novembro.

O juiz iniciou o interrogatório do acusado José Nilson, que preferiu ficar calado. Na sequência, o magistrado iniciou o interrogatório do acusado Gil Romero Machado, que optou por responder apenas às perguntas do advogado de defesa.

Os acusados participaram da audiência – que teve início às 09h55 e foi concluída às 13h50 – por videoconferência a partir do Centro de Detenção Provisória (CDPM 1), onde se encontram em prisão preventiva.

Próximas etapas

Depois dos interrogatórios, houve pedido da defesa para novas diligências junto à Polícia Civil do Amazonas. Após cumpridas as diligências requeridas, o Juízo abrirá prazo para a apresentação dos memoriais (por parte da acusação e da defesa) e, posteriormente, sairá a decisão se os acusados serão submetidos a júri popular.

O crime

Débora encontrada morta dia 3 de agosto e os acusados do crime Gil Romero e José Nilson

Débora da Silva Alves, de 18 anos, estava grávida de oito meses, e foi encontrada morta na manhã do dia 3 de agosto, em uma área de mata localizada no Mauazinho, Zona Leste de Manaus.

A vítima foi queimada e teve os pés cortados. A jovem também tinha um pano no pescoço o que, segundo a polícia, indica que ela foi asfixiada.

Débora desapareceu no dia 29 de julho deste ano, quando saiu de casa para encontrar Gil Romero, que lhe entregaria dinheiro para comprar o berço da criança.

O corpo da vítima foi encontrado no dia 3 de agosto depois que a polícia prendeu José Nilson, suspeito de participação no crime.

A polícia contou detalhes do crime que de acordo com ele aponta para a autoria de Gil Romero, que fugiu de Manaus, mas foi preso numa ação conjunta de policiais do Amazonas e Pará que identificaram que ele estava escondido em uma cidade paraense.

Gil Romero foi preso na noite do dia 8 de agosto, em Curuá, no Pará. Na tarde do dia seguinte, 9 de agosto, o suspeito foi transferido para Manaus, e prestou depoimento, pela primeira vez, sobre o crime.

Inicialmente, Gil Romero disse que o bebê foi queimado junto com a mãe, ainda na barriga. No segundo depoimento, ele disse que retirou a criança da barriga da mãe, já morta, e jogou o corpo no rio.

Artigo anteriorMenino de dois anos esquecido em van escolar é encontrado morto em dia de calor em São Paulo
Próximo artigoDino e humorista refutam fake news bolsonarista para associar ministro a Luciene Barbosa