O Carrefour lançou um edital para conceder bolsas de estudos, para estudantes negros, no valor de R$ 68 milhões. A ação é decorrente do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado após João Alberto Silveira de Freitas, um homem negro, ser espancado por seguranças da rede até a morte, em 19 de novembro de 2020, em Porto Alegre.
O termo é assinado pela Defensoria Pública do RS, Ministério Público Federal, Ministério Público do RS, Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União e Carrefour. As bolsas de estudo e de permanência serão ofertadas em cursos de graduação, mestrado e doutorado, em instituições de ensino superior públicas e privadas.
O valor será dividido entre R$ 20 milhões para alunos de graduação, R$ 30 milhões para mestrandos, e R$ 10 milhões para estudantes de doutorado. Outros R$ 8 milhões serão destinados a alunos de especialização. O edital prevê também que as bolsas sejam concedidas preferencialmente para áreas do conhecimento com baixa representidade de pessoas negras.
Além disso, 30% do valor deverá ser destinado a cursos de gradução e pós em instituições de ensino do Rio Grande do Sul. O restante das bolsas serão ofertadas em outros estados, não sendo válidas para cursos ou programas na modalidade de ensino a distância.
O Carrefour aplicará R$ 47 milhões para ações de enfrentamento ao racismo, como estímulo ao empreendedorismo, campanhas educativas e projetos sociais.
Relembre o caso
João Alberto Silveira de Freitas foi abordado por dois seguranças enquanto fazia compras com a esposa no Carrefour, em Porto Alegre.
O homem negro foi agredido com chutes e socos por mais de cinco minutos, e sufocado. Ele não resistiu.
O espancamento foi registrado por clientes do supermercado e viralizou nas redes sociais às vésperas do Dia da Consciência Negra de 2020.
(Metrópoles)