Oruam foi uma das atrações do Lollapalooza 2024 e se apresentou no Palco Perry ao lado de TZ da Coronel. • Reprodução/Instagram/@oruam

O cantor de trap Oruam, de 23 anos, foi indiciado por associação ao tráfico de drogas e ao Comando Vermelho nesta terça-feira (22). O cantor está no centro de uma investigação da PCRJ (Polícia Civil do Rio de Janeiro), que representou pela prisão preventiva. A justiça carioca já acatou o pedido.

Oruam: Relembre polêmicas envolvendo o rapper

A PCRJ fez o pedido de prisão preventiva de Oruam, que fora aceito pelo Tribunal de Justiça de Rio de Janeiro, acatando a solicitação da polícia. O cumprimento do mandado, contudo, não fora realizado até o início da tarde desta terça-feira (22).

Filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, apontado como líder da organização criminosa Comando Vermelho (CV) e preso desde 1996, Oruam frequentemente aborda a liberdade do pai em suas apresentações, como ocorreu no Lollapalooza 2024.

Acusações

O caso Oruam se desdobra como um complexo enredo que cruza arte, política e questões de segurança pública, ilustrando o embate entre a liberdade de expressão artística e a responsabilização por conteúdo considerado ilícito.

Saiba quem é o rapper Oruam

Além dos projetos de lei, Oruam enfrenta acusações diretas. Foi denunciado ao Ministério Público Federal (MPF) por promover sites de apostas ilegais, e há pedidos para que a Polícia Federal e a Receita Federal investiguem crimes como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

Em fevereiro deste ano, agentes da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) cumpriram dois mandados de busca e apreensão em endereços do artista.

O rapper foi também preso em flagrante por abrigar um foragido da Justiça em sua residência, procurado por envolvimento com organização criminosa, embora tenha alegado inocência.

Exposição e reação política

Essa exposição levou à criação dos chamados “projetos Anti-Oruam”. A vereadora de São Paulo, Amanda Vettorazzo (União Brasil), protocolou uma proposta para proibir a Prefeitura de São Paulo de contratar artistas que façam apologia ao crime organizado e ao uso de drogas em shows, citando explicitamente Oruam como exemplo.

Uma iniciativa similar foi apresentada na Câmara dos Deputados pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil), buscando impedir que o Governo Federal contrate artistas que promovam tais práticas, sob pena de multa de 100% do valor do contrato e declaração de inidoneidade. O Rio de Janeiro também viu um projeto similar tramitar em sua Câmara Municipal, com justificativa na proteção de crianças e adolescentes.

Oruam, por sua vez, argumenta que as leis visam “criminalizar o funk, o rap e o trap” e atingir outros artistas da cena. Sua reação às propostas, incluindo ameaças à vereadora Vettorazzo, resultou em um boletim de ocorrência. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, declarou que artistas que fizerem apologia ao crime não serão aceitos em editais municipais da capital paulista.

Com informações de CNN Brasil.
Artigo anteriorSaiba quem é homem preso por esfaquear mulher no Aeroporto de Brasília
Próximo artigoAlunos-atletas participam das competições de ginástica na 46ª edição Jea’s