
O ministro do Turismo, Celso Sabino, voltou atrás na decisão de deixar o governo e optou por permanecer no comando da pasta, após receber apoio expressivo da bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados. A mudança ocorreu depois de um intenso movimento interno do partido, que havia pressionado pela saída do ministro do cargo.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, Sabino chegou a redigir uma carta de demissão, mas desistiu do pedido após 46 dos 59 deputados da legenda assinarem um manifesto pedindo sua permanência no governo. O gesto foi interpretado como uma tentativa de manter o controle político sobre o Ministério do Turismo, considerado estratégico por seu orçamento e influência eleitoral.
A crise envolvendo o ministro foi provocada pelo processo de expulsão iniciado pelo União Brasil, que alegou desobediência à decisão da direção nacional de romper com o governo Lula. O partido havia dado um ultimato para a saída de Sabino até 18 de setembro, após anunciar oficialmente o desembarque da federação União-PP do Executivo federal.
Parlamentares relataram que o ministro ficou contrariado com o momento escolhido para o processo disciplinar, que teria sido antecipado enquanto ele ainda cumpria agenda no Pará ao lado do presidente Lula.
Mesmo diante da pressão, Sabino recebeu respaldo político do Palácio do Planalto, especialmente após manifestações públicas de apoio do próprio presidente, que vê no ministro um aliado importante para consolidar pontes com o Centrão.
Lula reforça apoio e o Centrão sinaliza aproximação
Nos bastidores, o gesto de Lula foi decisivo para a reversão da decisão. O apoio do presidente foi interpretado como um sinal claro de que o governo pretende manter o União Brasil parcialmente integrado à base, apesar das divergências internas.
A postura da bancada também reflete um movimento maior dentro do Centrão, que busca se reaproximar do Planalto de olho nas eleições de 2026. Mesmo com setores do partido declarando simpatia pela candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cresce o grupo que defende uma aliança pragmática com o governo petista.
Sabino mira 2026
Além da recomposição política imediata, Celso Sabino mantém planos eleitorais ambiciosos. O ministro pretende disputar uma vaga no Senado pelo Pará em 2026, com o apoio direto do presidente Lula e da base governista.
A permanência no Ministério do Turismo também tem impacto em outras pastas sob pressão, como a do Esporte, comandada por André Fufuca (PP), que pode adotar a mesma estratégia de resistência para evitar uma eventual substituição.
Com o recuo, Sabino garante sobrevida política e fortalece o espaço do Centrão dentro do governo federal — um equilíbrio que, por ora, interessa tanto ao Planalto quanto à ala pragmática do União Brasil.










