Joilson Souza

A lei que proíbe o uso do celular na escola é a Lei nº 15.100/2025. Essa lei restringe o uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos portáteis por alunos da educação básica em escolas públicas e particulares, inclusive durante as aulas, recreio e intervalos .

A lei permite o uso de celulares apenas para fins pedagógicos, com autorização do professor, e em casos de emergência ou para garantir a acessibilidade e inclusão de alunos com necessidades especiais .

Além disso, a lei também obriga as escolas a desenvolverem estratégias para prevenir e tratar o sofrimento psíquico e a saúde mental dos alunos, com foco nos riscos do uso excessivo de telas e do acesso a conteúdos impróprios .

É um prazer trazer este texto sobre um tema que afetará diretamente nosso dia a dia: a proibição do uso de celulares na escola e os desafios que isso traz, como a ansiedade e a dependência tecnológica. Sabemos que os dispositivos móveis são parte integral da vida moderna, mas também entendemos a necessidade de criar um ambiente escolar focado no aprendizado e na interação humana. A pergunta que nos une hoje é: como podemos amenizar os impactos emocionais e comportamentais dessa transição, tanto para alunos quanto para funcionários?

1. Entender o Problema: Por Que o Celular Causa Ansiedade?

Antes de agir, precisamos compreender que o celular não é apenas um aparelho — é uma ferramenta de conexão social, entretenimento e, para muitos, uma “válvula de escape” emocional. A dependência surge porque o cérebro associa o uso do celular à liberação de dopamina (o hormônio do prazer), especialmente com redes sociais e jogos. Quando isso é interrompido, é natural que surjam sensações de abstinência, como ansiedade ou irritabilidade.

O que fazer?

– Educação Digital: Incluir no currículo debates sobre o uso consciente da tecnologia. Mostrar dados sobre os efeitos do excesso de screen time (tempo de tela) na saúde mental.

– Diálogo Aberto: Criar espaços para alunos e funcionários expressarem como se sentem sem o celular. Ouvir é o primeiro passo para construir soluções coletivas.

2. Criar um Ambiente de Apoio e Alternativas Saudáveis
A proibição não pode ser apenas uma regra rígida; precisa vir acompanhada de opções que preencham o vazio deixado pelo celular.

Para os Alunos:

– Zonas de Convívio:Transformar áreas ociosas em espaços de interação, com jogos de tabuleiro, livros, ou até uma “sala de descompressão” com atividades manuais.
– Mindfulness na Escola: Introduzir práticas de respiração, meditação guiada ou alongamentos durante o intervalo para reduzir a ansiedade.

A tradução para o português de “Mindfulness” é:

– Presença Plena
– Consciência Plena
– Atenção Plena
– Meditação da Atenção Plena

O termo “Mindfulness” foi popularizado pelo professor de meditação e escritor americano Jon Kabat-Zinn, que o definiu como “a atenção deliberada e não julgadora ao momento presente”.

A prática da Mindfulness envolve prestar atenção ao presente, sem julgamento ou distração, e cultivar uma consciência plena do corpo, das emoções e dos pensamentos.

Para os Funcionários:
– Capacitação:Oferecer workshops sobre como lidar com a própria dependência digital e a dos alunos.

– Pausas Ativas:Promover momentos de descontração durante o expediente, como cafés coletivos ou caminhadas no pátio.

3. Envolver a Comunidade Escolar na Transição
A mudança só funciona se for coletiva. Pais, professores, alunos e gestores precisam estar alinhados.

– Contrato de Uso Consciente: Desenvolver, junto com os alunos, um acordo sobre quando e como usar o celular fora do ambiente escolar, garantindo que todos se sintam parte da solução.

– Parceria com as Famílias: Enviar orientações para os pais sobre como limitar o uso em casa e promover atividades offline, como esportes ou leitura.
– Comunicação Transparente: Explicar os motivos pedagógicos da proibição (melhora do foco, redução do cyberbullying) em assembleias e reuniões.

4. Tecnologia como Aliada, Não Vilã
Se o celular está proibido, a escola pode usar outras tecnologias de forma estruturada:

– Aulas com Ferramentas Digitais Controladas: Usar computadores da escola ou tablets para atividades específicas, como pesquisas supervisionadas.
– Apps Educativos em Momentos Delimitados: Permitir o uso de aplicativos de aprendizado em horários pré-estabelecidos, sob orientação do professor.

5. Liderar pelo Exemplo

Educadores e funcionários também precisam revisar seus hábitos. Se os adultos usam celulares constantemente na frente dos alunos, a mensagem se contradiz.

– Zonas Livres de Celular para Todos:

Definir áreas onde nem alunos nem professores usem dispositivos, reforçando o valor do contato humano.
– Compartilhar Experiências: Professores podem relatar como se sentem ao reduzir o uso do celular, criando empatia e inspiração.

A proibição do celular não é um fim, mas um meio para reconectar nossa comunidade com o que realmente importa: o aprendizado significativo, as relações autênticas e o cuidado com a saúde mental. Não se trata de demonizar a tecnologia, mas de usá-la com intencionalidade.

Se agirmos juntos — com empatia, criatividade e diálogo —, transformaremos esse desafio em uma oportunidade para criar uma escola mais humana, onde todos possam se desenvolver de forma integral.

Perguntas finais:

– O que cada um de nós pode fazer hoje para começar essa mudança?

– Como sua sala de aula ou setor pode se tornar um espaço de equilíbrio entre o digital e o real?

Vamos construir essa jornada juntos!

Palestrante: Professor e poeta Joilson Souza

Me chame para palestra em sua escola
92 993307511.

Artigo anteriorGoverno do Amazonas amplia investimentos na saúde do interior com repasse direto de recursos para municípios
Próximo artigoMaria do Carmo confirma interesse em disputar o Governo do Amazonas: “Está na hora de uma mulher assumir!”