
A Controladoria-Geral da União publicou, nesta sexta-feira (26/12), novas medidas administrativas contra David Cosac Júnior (foto em destaque), de 49 anos. Na última terça (23), a coluna revelou um vídeo em que o então auditor federal do órgão aparece agredindo uma mulher de 41 anos e o filho dela, uma criança de quatro anos.
Em nota, a CGU declarou que as medidas foram tomadas diante dos fatos “graves e inaceitáveis envolvendo servidor do órgão.” Ele foi afastado, cautelarmente, por 60 dias.
Além de ter sido afastado, a CGU proibiu o ingresso de David nos prédios da CGU e de acesso aos sistemas institucionais, enquanto seguem as apurações administrativas.
“As medidas têm caráter preventivo e foram adotadas para preservar o ambiente institucional e garantir o andamento das apurações”, diz o documento.
As providências dão continuidade a outras ações já adotadas e divulgadas pela CGU. No dia 23 de dezembro, também com publicação no Diário Oficial da União, foi determinada a dispensa do servidor da função de substituto de chefe.
As apurações de responsabilidade ética e disciplinar continuam em andamento na Corregedoria-Geral da União e na Comissão de Ética da CGU.
Nessa quinta (25/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou sobre o caso do servidor David Cosac. O mandatário afirmou que determinou a expulsão do homem do órgão.
Ameaças à gerente
Também nesta sexta (26), a coluna divulgou um novo vídeo em que o auditor aparece em um episódio agressivo. Na gravação ele aparece ameaçando o gerente de um supermercado localizado em Águas Claras (DF).
Registrado em 2017,o vídeo mostra David gritando com o funcionário do estabelecimento enquanto uma multidão observa ao redor. Conforme apurado, a confusão teria ocorrido depois que o homem identificou um preço errado em uma gôndola e se irritou por ter que ir a outro balcão de atendimento para receber a diferença do valor pago.
No vídeo, David grita: “Você não é homem, não?”, questionando o funcionário, que permanece em silêncio. Com as mãos para trás, enquanto grita no rosto do gerente, ele solicita uma declaração.
Em dado momento, ele convida a vítima a sair da loja para eles “acertarem a diferença lá fora”. Ele ainda questiona que horas o homem sai, referindo-se ao fim do expediente do funcionário.
Nesse momento, um terceiro homem entra na confusão e parece tentar acalmar David, que xinga o gerente de “zé ruela” e “vagabundo”.
“Você não devia estar na posição de gerente se não sabe tratar o cliente bem”, finaliza, quando outra funcionária informa que o produto foi cancelado.
O fato foi registrado na 21ª Delegacia de Polícia (Águas Claras) como ameaça e injúria. O processo foi encerrado após um acordo judicial, no qual o auditor pagou uma indenização de R$ 800 à vítima.
Agressão a mãe e filho
Na última terça (23/12), a coluna publicou, com exclusividade, o vídeo de David Cosac agredindo mãe e filho no estacionamento de um prédio residencial em Águas Claras (DF). As vítimas, de 40 anos e 4 anos, foram agredidas com socos e tapas no dia 7 de dezembro deste ano.
Moradores que presenciaram as agressões relataram à reportagem que acionaram a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) após tomarem conhecimento do episódio. Apesar disso, o homem não foi preso.
Nas imagens, a mulher aparece segurando a criança no colo, aparentemente dormindo sobre seu ombro, quando, de repente, David avança contra os dois e passa a desferir tapas no menino. Em seguida, mãe e filho caem no chão, mas as agressões continuam. O auditor segue atacando as vítimas e chega a puxar a criança pelo braço. Na tentativa de protegê-lo, a mulher se deita sobre o menino.
Após os dois se levantarem, o homem volta a agredir a criança, desferindo um tapa violento na cabeça do garoto.
A denúncia
Procurada pela coluna, a PCDF informou que, na data dos fatos, recebeu uma denúncia anônima relatando que um morador de um edifício em Águas Claras havia agredido uma mulher e o filho dela. A denúncia foi acompanhada por um vídeo das agressões.
Uma equipe policial foi ao endereço, onde o suspeito recebeu os agentes na presença do subsíndico do prédio. Questionado pelos policiais, David alegou que havia encerrado o relacionamento com a mulher e que os dois se desentenderam, entrando em vias de fato.
Segundo a corporação, o autor telefonou para a ex-namorada agredida e repassou o aparelho a uma agente da delegacia, que conversou com a vítima. A mulher afirmou que havia terminado o namoro e que não desejava registrar ocorrência contra o agressor.
Ainda conforme a PCDF, a agente orientou que a criança fosse apresentada na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) para, posteriormente, ser encaminhada ao Instituto Médico-Legal (IML).
O subsíndico se comprometeu a preservar as imagens do episódio e apresentá-las à unidade policial. Ele afirmou ainda não ter conhecimento de episódios anteriores de violência doméstica envolvendo o suspeito.
O caso é investigado pela Seção de Atendimento à Mulher da 21ª Delegacia de Polícia.
Com informações de Metrópoles.







