Com a opinião geral de que a atual Constituição, redigida durante a ditadura de Augusto Pinochet em 1980, deve ser alterada, os chilenos participam neste domingo (4/9) de um plebiscito sobre o novo texto, divididos entre aqueles que o veem como uma oportunidade histórica para recuperar direitos e aqueles que acreditam que ele restringe liberdades.

A votação dará continuidade a um processo iniciado em outubro de 2020, quando quase 80% da população chilena votou a favor de uma nova Constituição. O processo constituinte foi o mecanismo institucional que os partidos políticos chilenos encontraram para conter a onda maciça de protestos contra a desigualdade que eclodiu no final de 2019, com confrontos e saldo de 30 mortos e milhares de feridos. Para tanto, foi criada uma Convenção Constitucional composta por 154 representantes em base paritária – algo sem precedentes no mundo – e cadeiras reservadas aos povos indígenas.

Agora, neste domingo, se a maioria votar pela rejeição do texto, será um sinal de que um outro processo constituinte terá que ser feito – compromisso assumido tanto por setores da esquerda quanto da direita, independente do resultado. Já se o texto for aclamado por maioria, regras transitórias terão que ser aplicadas até a entrada em vigor da nova Carta.

Até agora, pesquisas de opinião têm indicado tendência de rejeição ao novo texto, embora a parcela de indecisos, em média 15%, possa mudar esse quadro.

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