Após os transtornos causados pelas falhas do sistema de bilhetagem eletrônica nos transportes coletivos de Manaus, o vereador Rodrigo Guedes (Republicanos) apresentou requerimento legislativo que propõe a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de falhas no sistema de passagem oferecido pelo Sinetram e contratos firmados entre as empresas de ônibus e a Prefeitura de Manaus.

O requerimento pontua dez fatores que devem ser investigados pela Câmara Municipal de Manaus, entre eles; o sistema de bilhetagem eletrônica e as razões das tarifas elevadas, diminuição da frota de ônibus sem explicações concretas, irregularidades no atendimento presencial no Sinetram e instabilidades do sistema de validadores dos cartões de passagem.

Em 2021, a Prefeitura repassou, em espécie, R$ 280 milhões para as empresas de coletivos, fora a arrecadação da venda de passagens foram mais de R$ 200 milhões repassadas pelo Executivo.

Segundo o prefeito, David Almeida, em 2022, a Prefeitura de Manaus já pagou ao sistema em torno de R$150 milhões, uma vez que por mês são repassados R$25 milhões e por ano R$300 milhões.

Para Guedes, o sistema de transporte público atingiu seu pior momento e os valores pagos pela Prefeitura às empresas não condizem com o serviço oferecido a população.

“Há décadas o transporte público de Manaus é caótico por uma série de falhas de gestão e possíveis esquemas de corrupção. Com tantos ônibus oferecendo riscos para a população e os passageiros sendo roubados pelo sistema de bilhetagem, é inadmissível que o sistema de transporte não seja investigado. Em 2 anos, o poder municipal repassou R$ 500 milhões para as empresas, em dinheiro limpo, que arrecadaram mais alguns bilhões com vendas de passagens! Não podemos permitir que, diariamente, as pessoas sejam maltratadas nos ônibus”, defendeu.

Até o momento, a CPI possui cinco assinaturas dos vereadores; Raiff Matos, William Alemão, Caio André, Amom Mandel e Rodrigo Guedes. Para ser instaurada é necessária que a Comissão tenha 14 assinaturas dos 41 vereadores. Após a coleta de assinaturas, a CPI vai para autorização do presidente da CMM, David Reis.

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