O sul do Amazonas voltou a ser palco de tensão neste início de semana com a deflagração de uma operação da Polícia Federal (PF) em parceria com a Força Nacional, o Ibama e o ICMBio para combater o garimpo ilegal em Humaitá e Manicoré. A ação tem como alvo dragas e balsas garimpeiras instaladas às margens do Rio Madeira, que estão sendo incendiadas e explodidas pelas equipes de fiscalização.

Segundo o jornalista Chaguinha, de Humaitá, algumas balsas já foram destruídas nas proximidades do frigorífico e da fábrica de gelo do empresário Arnelso, no bairro Santo Antônio. Ele relatou ainda que a zona portuária está tomada por garimpeiros e curiosos, aumentando o risco de confrontos e colocando em perigo quem circula pela área.

De acordo com testemunhas, a polícia vem utilizando gás lacrimogêneo para dispersar a população e os garimpeiros que se concentram às margens do rio. O clima de tensão é comparado por moradores a episódios de violência registrados em operações passadas, quando Humaitá já havia sido palco de protestos contra ações de fiscalização ambiental.

Contexto da operação

A ofensiva faz parte da estratégia do governo federal para desarticular a atividade garimpeira ilegal na região amazônica, que além de provocar danos ambientais significativos — como poluição por mercúrio e desmatamento — também gera conflitos sociais e pressões sobre comunidades ribeirinhas.

Embora Manicoré também seja alvo da operação, a situação mais delicada ocorre em Humaitá, onde a forte presença de garimpeiros e a lembrança de confrontos anteriores tornam o ambiente de grande apreensão.

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