Transporte responde hoje por cerca de 11% das emissões brutas do Brasil • Freepik

A Coalizão para Descarbonização dos Transportes, lançada em maio deste ano, ganhou novo fôlego no período pré-COP30. O grupo, formado por empresas, entidades setoriais e academia, prevê até R$ 600 bilhões em investimentos para cortar em até 70% as emissões projetadas do setor até 2050.

O transporte responde hoje por cerca de 11% das emissões brutas do Brasil. O plano da coalizão reúne 90 ações, entre revisão da matriz logística, ampliação do uso de biocombustíveis e aceleração da eletrificação de frotas, aproveitando a matriz elétrica de baixo carbono do país.

A novidade é que a agenda setorial passará a circular em alguns dos principais fóruns internacionais sobre clima. A Motiva, uma das co-líderes da coalizão, firmou parceria com a World Climate Foundation para ampliar a presença do grupo em encontros como a Rio Climate Action Week, a Climate Week de Nova York e os side-events da COP30 em Belém.

“Esta colaboração estratégica com a World Climate Foundation fortalece nossas ações e reafirma nossa ambição de exercer um papel de protagonismo na agenda de sustentabilidade do setor de infraestrutura de mobilidade. Queremos sensibilizar stakeholders para a urgência do tema e evidenciar as oportunidades da transição para uma economia de baixo carbono”, afirma o vice-presidente de Sustentabilidade, Riscos e Compliance da Motiva, Pedro Sutter.

“As coalizões setoriais são importantes mecanismos para acelerar a descarbonização com estratégia baseada em dados e soluções direcionadas, por meio de ações escaláveis que tenham capacidade de abranger as cadeias como um todo. Como o setor de transportes está ligado à economia brasileira de forma intrínseca, as ações coordenadas para descarbonização serão fundamentais para que o país atinja as suas metas na redução de emissões de gases de efeito estufa.”, afirma a líder da WCF no Brasil, Flora Bitancourt.

O transporte é considerado um dos setores mais desafiadores na transição climática, por depender de cadeias de suprimento complexas e investimentos de longo prazo. Estudo da coalizão mostra que a eletrificação de frotas pode representar sozinha a redução de 145 milhões de toneladas de CO₂ até 2050, enquanto os biocombustíveis de nova geração, como o diesel verde e o SAF para a aviação, podem responder por outros 45 milhões.

A proposta do grupo é que essas medidas sejam incorporadas ao debate regulatório, em especial no Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que o governo federal deve apresentar em Belém.

Com informações de CNN Brasil.

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