A pandemia do novo coronavírus mexeu com a rotina de todo mundo. A quarentena alterou os hábitos de alimentação, diminuiu a frequência das atividades físicas e provocou mudanças no relógio biológico — tudo isso afeta o funcionamento do intestino, causando um fenômeno que têm sido apelidado de “cocô pandêmico”.

O “cocô pandêmico” seria a desregulação da função intestinal, a imprevisibilidade que passou a vigorar neste campo fisiológico. O médico Flávio Ejima, gastroenterologista da Rede D’Or, afirma que, no atual momento, é comum passar por episódios de diarreia, constipação (intestino preso) e dor abdominal, relacionados tanto à mudança de hábitos como ao estresse e à ansiedade causados pelo cenário atual.

O que fazer para voltar ao estado normal? Ejima explica que cada paciente reage de uma maneira. A prática de atividades físicas ajuda a “acordar” o intestino. Avaliar a alimentação também é importante. A principal dica é evitar alimentos industrializados e ultra processados e se concentrar na chamada “comida de verdade”.

De acordo com a nutricionista Flávia Mantovani, pessoas que estão exagerando em pão, bolo, biscoito e macarrão vão apresentar sintomas de constipação, distensão abdominal, gases, refluxo e azia.

Flávia explica que as bactérias que habitam o intestino precisam trabalhar a nosso favor produzindo vitaminas importantes como as do complexo B. “Há nutrientes que nos deixam mais felizes, com menos compulsão por doces. Eles também representam um ganho para o sistema imunológico e ajudam a diminuir processos inflamatórios”, explica.

Uma boa refeição deve ser composta por carboidratos (principalmente, os tubérculos e grãos integrais), proteínas animais (carnes, frango, ovos) ou vegetais (feijão, lentilha, grão-de-bico). Fontes de gorduras como azeite de oliva extra virgem, abacate, óleo de gergelim, óleo de coco e óleo de abacate ajudam a melhorar o trânsito intestinal. Já os vegetais e frutas são fontes de vitaminas e fibras, que aumentam o bolo fecal e o peristaltismo (contrações musculares da digestão).

Na maioria dos casos, um ajuste alimentar resolve o problema. Se os sintomas persistirem, no entanto, é recomendado buscar um médico. (Metrópoles)

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