Nicolás Maduro em Caracas • 1/9/2025 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

O governo da Colômbia negou apoiar um plano para uma saída negociada do poder do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, após uma entrevista de sua ministra das Relações Exteriores.

Na entrevista, publicada na quarta-feira (19), a chanceler Rosa Villavicencio Mapy discutiu essa possibilidade e expressou apoio a um potencial plano de mudança de regime no país vizinho.

“As informações que circularam na mídia nas últimas horas sobre o suposto apoio da Colômbia a um plano para a saída negociada de Nicolás Maduro do poder não correspondem ao que a ministra das Relações Exteriores, Rosa Villavicencio Mapy, afirmou na entrevista”, pontuou a chancelaria colombiana em um comunicado.

O governo do país sul-americano “não interfere nos assuntos internos de outros países e respeita a soberania de nossa nação irmã, a Venezuela”, acrescentou o comunicado, afirmando ainda que a imprensa veiculou “informações tiradas de contexto”.

Segundo gravações de áudio publicadas pela Bloomberg, Villavicencio afirmou em Madri, na Espanha, que Maduro poderia aceitar uma proposta do tipo.

“Acho que ele de fato considerou isso, que poderia haver uma saída, uma transição, onde ele possa sair sem ter que ir para a prisão, e onde alguém possa assumir para realizar essa transição e onde possa haver eleições legítimas”, disse ela.

Embora não tenha detalhado a posição da Colômbia, a ministra das Relações Exteriores afirmou: “Seria o mais saudável”.

O governo colombiano não reconheceu os resultados das eleições presidenciais de 2024 na Venezuela, nas quais Maduro foi declarado vencedor. De toda forma, o país vizinho não pediu a destituição do ditador.

Enquanto isso, o presidente Gustavo Petro continua intensificando a tensão com Donald Trump, e afirmou que não apoiaria uma invasão à Venezuela.

Tensão entre Venezuela e Estados Unidos

A especulação sobre um acordo surge em meio a declarações de Maduro e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre um possível diálogo entre os dois países

Na segunda-feira (17), Trump disse que conversaria com Maduro “em algum momento”, e o líder chavista respondeu horas depois: “Quem quiser conversar com a Venezuela, conversará pessoalmente”.

Em outra entrevista concedida na quarta-feira (19) à agência de notícias EFE, a chanceler Villavicencio criticou os ataques dos Estados Unidos a embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico no Pacífico e no Caribe e defendeu o diálogo.

“Continuamos a estender a mão, dizendo-lhes que queremos um diálogo político, um diálogo diplomático para resolver qualquer conflito, qualquer divergência de opiniões que possam ter em relação à luta contra o narcotráfico”, ressaltou.

Com informações de CNN Brasil.

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