A introdução de material genético superior através da inseminação artificial é comprovadamente a maneira mais eficaz e barata de fazer o melhoramento genético nos rebanhos bovinos, é o que aponta pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Os impactos econômico-social da pesquisa foi a melhora nos índices produtivos dos rebanhos dos pequenos produtores que participaram do projeto, o que permitiu um aumento na renda para o pecuário. Exemplo desse crescimento é o de uma única propriedade quue tinha 45 vacas e produzia cerca de 20 bezerros por ano. Após a implementação do projeto, em um ano, o número de nascimento de bezerros saltou para 45, com a mesma quantidade de vacas.
Amparada via Programa de Apoio à Pesquisa–Universal Amazonas da Fapeam (Universa Amazonas), Edital n° 006/2019, a pesquisa intitulada “Efeito do tempo de pró-estro em um protocolo curto de Inseminação Artificial em Tempo FixoI (IATF)”, coordenada pelo doutor em Nutrição e Produção Animal, Marcos Vinicius de Castro Ferraz Junior, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foi realizada em Parintins (distante a 369 quilômetros de Manaus).
Reprodução das vacas
As vacas da raça Nelore foram submetidas a um protocolo curto de IATF, inseminadas com 55 ou 65 horas fase inicial do ciclo estral do animal (pró-estro), onde as fêmeas estão se preparando para a ovulação. Seiscentas vacas foram protocoladas com a inserção de um dispositivo com 2 gramas de progesterona (P4) e 2 miligramas de benzoato de estradiol, permanecendo o dispositivo no animal reprodutor por sete dias.
Durante o estudo ficou comprovado que a prenhez por Inseminação Artificial (P/IA) não foi afetada pelos dias pós-parto, peso corporal e tempo entre a remoção e a realização da inseminação artificial. O projeto ajudou a divulgar a IATF em Parintins, uma vez que vários pecuaristas puderam ver na prática o resultado do melhoramento genético no rebanho.
Outro ponto da pesquisa, foi a avaliação da qualidade do sêmen bovino refrigerado, após o descongelamento com a reutilização de implantes de P4, por 7 dias, e como reutilização em até cinco usos em fêmeas bubalinas submetidas a protocolos de IATF em condições amazônicas.
Melhoria na condição de vida
Os resultados da pesquisa além de melhorar a criação de rebanho também mudaram a vida dos pequenos produtores. Uma novilha (vaca que ainda não ficou prenha) recebeu oferta de R$ 9 mil por uma das novilhas nascidas devido ao projeto. Uma novilha nas mesmas condições nascida de touro vale cerca de R$ 1.500,00 em Parintins.
Para Marcos Vinicius de Castro o resultado exitoso foi um conjunto de técnicas realizadas durante a pesquisa, e o apoio da Fapeam com equipamentos como ultrassom portátil e material de inseminação artificial.
“Não foi só devido à IATF realizado, mas ao pacote tecnológico e produtivo que caminha junto com a técnica, o qual passa pela melhor nutrição do rebanho, controle da sanidade, melhor criação dos bezerros, entre outros. A Fapeam foi primordial para a pesquisa. Sem o apoio, o projeto não seria viável”, finalizou.
Marcos destacou ainda que um dos produtores que integrou o grupo da pesquisa tinha uma casa pequena, sem acesso a água e energia elétrica. Com o aumento da renda, o pecuarista conseguiu recursos para conectar sua residência à rede elétrica, rede de água de uma comunidade próxima, e até conexão de internet.
Universal Amazonas
O projeto foi desenvolvido com apoio do Programa de Apoio à Pesquisa–Universal Amazonas da Fapeam, edital Nº 006/2019, que apoia atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Amazonas.