A Polícia Civil do Pará prendeu preventivamente, nessa terça-feira (13/9), o comandante da embarcação que naufragou na quinta-feira (8/9) em Belém. A tragédia deixou ao menos 22 mortos.
Marcos de Souza Oliveira, 34 anos, foi preso na casa de parentes em Ananindeua, região metropolitana da capital do Pará. De acordo com investigações, ele planejava fugir para outro estado.
O homem era comandante da lancha Dona Lourdes 2, que naufragou no Pará. A embarcação saiu de Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó, com destino a Belém, e afundou próximo à Ilha de Cotijuba.
Entre as vítimas, estão 13 mulheres, cinco homens e três crianças — uma pessoa ainda não foi identificada. Os corpos de um pai e uma filha foram achados no domingo (10/9). Antes de ser preso, Marcos postou um vídeo nas redes sociais. Disse que “nunca pensou” que a tragédia fosse acontecer. “Prestei socorro às vítimas. Foi um acidente”, ressaltou.
“Meus pêsames a todos familiares. Só Deus para consolar cada um de nós. Uma fatalidade grande, devido as ondas estarem grandes, só que no meio dessas ondas veio uma árvore e bateu no sistema da hélice e acabou parando a embarcação. Nessa hora eu pedi calma e todo mundo ficou agitado. Eu fui até a sala de máquina para olhar o que tinha acontecido. Nesse exato momento, as ondas começaram a entrar pela popa e eu pedi aos que estavam me ajudando a arrearem a poita, para ela ficar de frente para a maresia, porque se ficasse de frente não ia entrar água na popa”, disse.
Ele relatou ainda o desespero dos passageiros. “Foi muito rápido. A tensão do povo gritando e alguns pulando na água. Consegui arriar quatro boias quando a embarcação tombou. Naquela hora conseguimos salvar uma criança e duas mulheres. Voltei para a embarcação e busquei minha esposa. Eu lamento muito o meu coração pelo o que aconteceu, porque é uma coisa que até agora não consigo dormir. Muitos remédios”, afirmou.
Desde a tragédia, o homem não foi mais visto. Marcos de Souza Oliveira é filho da proprietária da lancha. De acordo com o secretário de Segurança Pública do Pará, Ualame Machado, a Polícia Civil instaurou inquérito, inclusive investigando homicídios dolosos, tendo em vista que ele Marcos teria assumido o risco diante da irregularidade em sua atividade.
“Além disso, quando teve o impacto e começou a entrar água, ele demorou muito a comunicar as pessoas sobre a gravidade daquele impacto. Os sobreviventes nos informam que não houve orientação de utilização de colete”, disse o secretário, em entrevista ao Profissão Repórter, da TV Globo, exibida nessa terça. Com informações de Metrópoles.