O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Fundação Alfredo da Matta (Fuam) atingiu a marca de mil pareceres emitidos junto à Plataforma Brasil, ferramenta eletrônica por onde tramitam os protocolos de pesquisa submetidos à apreciação quanto a sua eticidade. Esta é uma exigência do Conselho Nacional de Saúde (CNS) para a realização de projetos de pesquisa que envolvam seres humanos no país.

Integrante do chamado Sistema CEP/CONEP (Conselho Nacional de Ética em Pesquisa), os comitês de ética em pesquisa espalhados pelo país foram criados, a partir de 1996, para analisar projetos de pesquisa que envolvam seres humanos, atentando se estão dentro de padrões éticos que resguardem os interesses dos sujeitos da pesquisa – aqueles que voluntariamente aceitam participar de um estudo. Trata-se de um colegiado interdisciplinar e independente que deve existir em instituições que realizam pesquisas.

Segundo a diretora de Ensino e Pesquisa da Fuam, Valderiza Pedrosa, cabe aos comitês a responsabilidade de avaliar e acompanhar, sob o olhar ético, as pesquisas, visando salvaguardar os direitos, segurança e bem-estar dos participantes, além de contribuir para o próprio processo de elaboração e execução da pesquisa, já que também exerce um papel educativo junto aos pesquisadores.

“O CEP observa se o projeto está de acordo com o que se espera do ponto de vista ético, com base na legislação e resoluções vigentes do Conselho Nacional de Saúde, o CNS; se estão claros os benefícios e riscos que o estudo poderá trazer ao participante e se o pesquisador esclarece como vai minimizar esses riscos; assim, para ser aprovado, para receber um parecer favorável, devem estar de acordo com essas e outras exigências que o CNS orienta”, explica Valderiza Pedrosa.

Para a diretora de Ensino e Pesquisa da Fuam, o CEP também exerce um papel consultivo na medida em que auxilia os pesquisadores a observarem se o projeto está bem elaborado, se atende às normativas exigidas pelo CNS e se realmente trará bons resultados tanto para quem propõe a pesquisa quanto para o participante, resultando em um projeto dentro de padrões éticos aceitáveis.

Vocação para a pesquisa – A existência de um CEP na instituição, a qualifica e legitima sua vocação para a pesquisa, contribuindo positivamente para a sua produção científica.

O Comitê de Ética em Pesquisa da Fuam foi um dos primeiros a serem constituídos no país, sendo o segundo a ser registrado na região norte. “Nosso CEP foi criado em 1997, por coincidência, eu estava em minha segunda gestão como diretor presidente da instituição e juntamente com a então coordenadora de Ensino e Pesquisa, Dra Silmara Pennini, vimos a importância desse colegiado e o diferencial que traria para nossa Fundação, ainda quando ninguém atentava para essa possibilidade”, explica o diretor presidente da Fuam, Ronaldo Amazonas.

Compromisso – Para o coordenador do CEP Fuam, Lúcio Pimentel, a existência de um comitê no âmbito da instituição reforça o seu compromisso com a pesquisa e facilita muito o trabalho do pesquisador. “O fato da Fuam ter o seu próprio comitê auxilia e estimula a produção científica dentro da instituição, pois facilita e agiliza o trâmite desses projetos; envolve pessoas que atuam na mesma área, que já conhecem a natureza e linhas de pesquisa; e para o pesquisador, o acesso ao comitê com maior facilidade, permite que receba orientação e acompanhamento mais próximo, com retorno mais rápido, agilizando a aprovação do protocolo de pesquisa”, explica.

O número emblemático de mil pareceres emitidos pelo CEP/Fuam quantifica a contribuição deste colegiado no desenvolvimento de pesquisas realizadas pela instituição. “Nosso olhar está voltado, em primeiro lugar, para os participantes da pesquisa, mas nossa contribuição também consiste em dar celeridade à aprovação dos protocolos de pesquisa, dando uma boa resposta aos pesquisadores, com uma base de apoio importante, exercendo nosso papel educativo e consultivo”, explica Lúcio Pimentel.

De acordo com o coordenador do CEP/Fuam, dos mil pareceres emitidos, cerca de 70% estão relacionados a pesquisas da Fundação Alfredo da Matta, tendo como pesquisador principal alguém da própria Fuam, ou por ser desenvolvida no âmbito da instituição.

Protocolo de pesquisa – O processo de análise de um protocolo de pesquisa é baseado em uma série de resoluções e normativas deliberadas pelo Conselho Nacional de Saúde, órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Os protocolos são submetidos pelo pesquisador à avaliação de um CEP, via Plataforma Brasil, a qual permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estágios, desde sua submissão até a aprovação final pelo CEP e pelo CONEP, através dos pareceres emitidos pelo colegiado de cada comitê.

Somente a partir de um parecer favorável, a pesquisa está liberada para ser iniciada. Caso não esteja em conformidade, o projeto pode ser devolvido ao pesquisador para sanar as pendências e posterior aprovação. Caso contrário, ou seja, se as pendências não forem resolvidas, a pesquisa pode não ser aprovada, ficando o pesquisador, impossibilitado de executá-la.

O CEP deve ser constituído por um colegiado com membros que incluem profissionais da saúde, de outras áreas e também de representantes dos usuários. Atualmente, o Comitê da Fuam possui nove membros que representam categorias de profissionais da instituição e um membro representando os participantes de pesquisa, que são os usuários da Fuam.

Artigo anteriorHomens são presos com drogas na zona oeste
Próximo artigoPleno do TCE aprova proposta de realização do concurso público para mais de 200 cargos