
Após dois anos de guerra, o acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza criou expectativa de que haja o fim do conflito entre Israel e Hamas.
De toda forma, autoridades e especialistas avaliam que um dos principais pontos para a manutenção da paz é a solução de dois Estados, que prevê a criação de um Estado palestino, que viveria em harmonia com Israel.
A formação da Palestina foi apoiada por diversos países nos últimos meses, mas é uma medida que ainda não está clara sob o atual acordo para fim da guerra na região.
O avanço mais importante em direção à criação de um Estado palestino até agora ocorreu na década de 1990, com a assinatura do primeiro de dois acordos entre Israel, a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e uma rede de grupos palestinos liderados por Yasser Arafat.
O que são os Acordos de Oslo?
Os Acordos de Oslo, nomeados em homenagem à capital norueguesa, onde foram negociados, estabeleceram um roteiro claro para a criação de um Estado palestino.
Oslo I é formalmente conhecida como Declaração de Princípios. O pacto, assinado em 1993, estabeleceu um cronograma para o processo de paz no Oriente Médio e previa um governo palestino interino em Gaza e Jericó, na Cisjordânia.
Com ele, a Organização para a Libertação da Palestina reafirmou seu reconhecimento do direito de Israel existir e, por sua vez, Israel reconheceu a OLP como a única representante do povo palestino.
As reuniões foram realizadas em segredo ao longo de vários meses em 1992 e 1993, e, após a assinatura, o então primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, e o líder palestino Yasser Arafat apertaram as mãos.
Oslo II, oficialmente chamado de Acordo Interino Israelense-Palestino sobre a Cisjordânia e Gaza, expandiu o Acordo de Oslo I. Ele foi assinado em setembro de 1995.
Ele incluía disposições para a retirada completa das tropas israelenses de seis cidades da Cisjordânia e cerca de 450 municípios. Além disso, o pacto estabeleceu um cronograma para as eleições para o Conselho Legislativo Palestino.
Veja detalhes dos Acordos de Oslo:
- Retirada de Israel de Jericó e Gaza e, eventualmente, da Cisjordânia
- Cinco anos de autonomia limitada para os palestinos nessas áreas
- Eleição do Conselho Legislativo Palestino em nove meses
- Estabelecimento de uma força policial palestina
- Questão de Jerusalém ficou indecisa
Criação da Autoridade Palestina
Com os Acordos de Oslo, foi estabelecido o Governo Autônomo Palestino (ou Autoridade Nacional Palestina), uma entidade governamental limitada que começou a administrar os territórios da Faixa de Gaza e na Cisjordânia a partir de 1994, com eleições presidenciais e legislativas realizadas pela primeira vez em 1996.
O Governo Autônomo Palestino se tornou o primeiro governo palestino, mas sob controle israelense.
Para conseguir isso, foi criado um esquema de áreas dentro da Cisjordânia: na área A, composta pelas principais cidades palestinas, que ocupavam 20% do território, o Governo Autônomo Palestino exerceu controle total.
Na área B, o Governo Autônomo Palestino controlava os assuntos civis e governamentais, mas Israel participava no controle da segurança, também em 20% do território.
Já na área C, a mais despovoada e extensa, com 60% do território, Israel manteve o controle total.
Estagnação na criação de um Estado palestino
Contudo, os Acordos de Oslo ficaram aquém das expectativas, e o caminho para a criação de um Estado independente estagnou.
Em 1995, o então primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, um dos signatários, foi assassinado em 1995 por um judeu ultra nacionalista.
Nos anos 2000, houve o aumento da violência, incluindo ondas de atentados suicidas, algo que ficou conhecido como a Segunda Intifada.
Outro ponto que estremeceu o entendimento entre as partes do acordo foi a proliferação dos colonos israelenses nos territórios palestinos.
Enquanto isso, a figura de Yasser Arafat, signatário que representava a OLP, começou a perder influência, e o seu partido, o Al Fatah, foi derrotado nas eleições de 2006 pelo Hamas.
Isso dividiu politicamente os territórios palestinos: Gaza, sob o controle do Hamas, e a Cisjordânia, parcialmente governada pelo Governo Autônomo Palestino, tornando o processo de criação de um Estado palestino ainda mais complexo.
Com informações de CNN Brasil.










