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O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), lançado oficialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a pré-COP30, em Belém (PA), nesta quinta-feira (6/11), já soma US$ 5,5 bilhões em promessas de aportes. A iniciativa, cujo objetivo é financiar ações de preservação e desenvolvimento sustentável em regiões tropicais, foi anunciada como um dos principais marcos da preparação para a COP30, que começa em 10 de novembro.

Entre os primeiros países a anunciarem contribuições estão Noruega, França, Alemanha e Reino Unido todos parceiros tradicionais em iniciativas ambientais. Embora alguns valores iniciais sejam considerados modestos, o gesto político é visto como um sinal de confiança internacional na proposta brasileira.

Países em prol das florestas

  • Até o começo da Cúpula, somente Brasil e Indonésia haviam garantido verba, com US$ 1 bilhão cada.
  • A Noruega anunciou US$ 2,9 bilhões, enquanto a França indicou US$ 577 milhões.
  • Com a verba da Noruega e da França, o montante foi para US$ 5,5 bilhões.
  • Portugal fez um aporte simbólico, de US$ 1,3 milhão.
  • A Alemanha deve anunciar o valor do aporte nesta sexta-feira (7/11).

A Comissão Europeia também confirmou interesse em participar do fundo, enquanto Canadá, Japão e Coreia do Sul estudam anunciar aportes ainda neste mês.

Mecanismo permanente de financiamento climático

O TFFF foi idealizado como um mecanismo permanente de financiamento climático, com foco em recompensar países que protegem florestas tropicais — entre eles, Brasil, Indonésia, República Democrática do Congo e Papua-Nova Guiné. Lula afirmou que a meta é criar uma “nova lógica de valorização ambiental”, em que os países que preservam recebam incentivos e não punições econômicas.

“O Brasil está provando que é possível crescer e preservar ao mesmo tempo. Queremos que os povos da floresta tenham acesso a recursos que melhorem a vida e protejam o planeta”, declarou o presidente, durante o evento.

A expectativa do governo é de que, até a COP30, novos compromissos elevem o montante total para mais de US$ 10 bilhões. Itamaraty e do Ministério do Meio Ambiente avaliam que o fundo pode se tornar um dos principais instrumentos financeiros globais de combate ao desmatamento.

Inspirado parcialmente no modelo do Fundo Amazônia, o TFFF amplia o alcance para outras florestas tropicais do mundo, com gestão compartilhada entre países beneficiários e doadores. Tal dinheiro arrecadado será aplicado em monitoramento ambiental, reflorestamento, energia limpa e cadeias produtivas sustentáveis.

Mais 70 países considerados elegíveis

No total, mais de 70 países são considerados elegíveis para receber recursos do Fundo Florestas Tropicais para Sempre. O maior desafio, porém, é convencer as nações desenvolvidas a financiar o mecanismo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou estar “muito confiante” de que o Brasil conseguirá integralizar o valor de US$ 25 bilhões. “Se cada país do G20 colocar o que o Brasil colocou, praticamente fechamos a conta”, disse.

“O almoço marcou o lançamento oficial dessa ideia animadora. Não se trata de doações de países ou empresas, mas de aportes de investidores, remunerados pela taxa básica. Esses recursos serão emprestados a projetos definidos pelo comitê gestor, e a diferença entre as taxas de juros financiará os programas ambientais”, explicou Haddad.

O negociador-chefe do Brasil na COP30, embaixador Maurício Lyrio, afirmou que 53 países já endossaram a criação do TFFF, incluindo nações que anunciaram investimentos e potenciais doadores.

Entre os apoiadores estão Alemanha, Armênia, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Finlândia, França, Irlanda, Japão, Mônaco, Noruega, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia e a União Europeia.

Lyrio também destacou o apoio de países que abrigam mais de 90% das florestas tropicais do planeta, entre eles Bolívia, Brasil, Costa Rica, Cuba, Indonésia, Madagascar, Malásia, México, Mianmar, Moçambique, Panamá, Peru, Ruanda, Serra Leoa e Suriname.

Com o fundo lançado e os primeiros aportes confirmados, o governo agora busca garantir governança e transparência para atrair novos parceiros.

Com informações de Metrópoles.

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