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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) avaliou que, em curto prazo, o cenário de inflação “segue adverso” e destacou a possível continuidade da alta nos preços dos alimentos. É o que diz ata divulgada nesta terça-feira (25/3) referente a reunião anterior da diretoria do BC, realizada entre 18 e 19 de março.

A inflação tem castigado o orçamento das famílias brasileiras, principalmente por encarecer os alimentos que chegam às mesas. Nos últimos 12 meses até fevereiro, a inflação dos alimentos acumula alta de 7,10%.

Para o BC, “os preços de alimentos mantêm-se elevados e tendem a se propagar para outros preços no médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”.

Comida mais cara

  • A inflação tem castigado os brasileiros ao elevar os preços dos alimentos que chegam às mesas. A principal explicação, segundo o governo, está nos fenômenos climáticos extremos.
  • Nos últimos 12 meses até fevereiro, a inflação dos alimentos acumula alta de 7,10%.
  • A principal aposta do governo para reverter a situação é a “supersafra” agrícola prevista para este ano.
  • O governo federal decidiu isentar o imposto de importação (II) de 11 alimentos. A decisão, unânime, tem caráter emergencial e ficará em vigor por tempo indeterminado. O foco é frear o avanço dos preços.
  • A alta no preço dos alimentos preocupa o governo Lula (PT), que vê reflexos na popularidade.

Inflação pode estourar a meta em junho, diz Copom

A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, e não mais por ano-calendário. Ou seja, o índice é apurado mês a mês. Nesse novo modelo, se o acumulado em 12 meses ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.

Em 2025, a meta de inflação é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual, sendo 1,5% (piso) e 4,5% (teto). Ela será considerada cumprida se oscilar entre esse intervalo de tolerância.

Assim como na ata anterior, o Copom voltou a confirmar a possibilidade de a inflação estourar a meta em junho, após ficar acima do teto da meta inflacionária, que é de 4,50%, por seis meses seguidos.

Segundo a diretoria do BC, “em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em doze meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta por seis meses consecutivos, contados desde janeiro deste ano”.

“Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”, alertou o colegiado.

Entenda a situação dos juros no Brasil

  • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
  • Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
  • Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores. A inflação dos alimentos tem sido a pedra no sapato do presidente Lula (PT).
  • São esperadas novas altas nos juros ainda no primeiro trimestre, com taxa Selic próxima a 15% ao ano.
  • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e do mandato de Galípolo à frente do BC.

BC confirma nova elevação dos juros em maio

A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 6 e 7 de maio. Na ata desta terça-feira, o comitê indicou que o ciclo de aperto monetário (ou seja, o aumento dos juros) “não está encerrado” e contratou nova elevação “de menor magnitude”.

O BC descreveu que o cenário atual é marcado pela “desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”.

O Copom entendeu que seria necessário sinalizar que:

  1. o ciclo de aperto monetário não está encerrado;
  2. o próximo movimento seria de menor magnitude; e
  3. diante da elevada incerteza, optou-se indicar apenas a direção do próximo aumento.
O Copom se reúne oito vezes no ano. O comitê decide, a cada 45 dias, a taxa Selic vigente – Arte/Metrópoles

Com informações de Metrópoles

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