Goiânia – O corpo de um motorista de 56 anos foi enterrado por engano, na quinta-feira (16/9), em Anápolis, a 55 quilômetros da capital goiana, depois de ser liberado no lugar de outro homem, pelo Instituto Médico Legal (IML). O órgão instaurou investigação interna. Familiares lutam para desenterrar o cadáver.

De acordo com o superintendente-adjunto da Polícia Técnico-Científica de Goiás, Ricardo Matos, o corpo de Marcos Antônio de Souza foi liberado como se fosse o de Ademir Souza, na tarde de quinta-feira, e sepultado logo em seguida, em um cemitério de Anápolis.

“Houve um erro de procedimento ao entregar o corpo à família”, disse Matos ao Metrópoles. Segundo ele, os corpos já haviam sido identificados antes, corretamente, pelos nomes.

Acidente com lixadeira

Marcos Antônio é um motorista que morreu após sofrer um corte profundo no pescoço ao manusear uma máquina lixadeira. A causa da morte de Ademir não foi divulgada pelo IML.

Uma parente de Ademir, chamada de Miriam, segundo o IML, acompanhou a liberação do corpo de Marcos Antônio como se fosse do familiar dela. No entanto, momentos depois, a esposa do motorista percebeu o erro ao chegar ao instituto.

“Me chamaram aqui no final da tarde e disseram que uma pessoa com uma procuração tinha liberado o corpo do meu esposo por engano”, contou Maria de Lourdes Silva, de 59, a jornalistas da cidade. O portal não localizou contato de familiares de Ademir.

De acordo com o superintendente, o foco agora é desenterrar o corpo de Marcos Antônio, para que a família dele realize o sepultamento. A exumação deve ser autorizada por decisão judicial.

Somente depois, o corpo de Ademir também poderá ser enterrado, já que são necessários novos exames para confirmar a identificação dos corpos após o erro.

“A prioridade é minimizar o dano, o sofrimento, ao máximo, dos familiares. O foco é a retirada do corpo [de Marcos Antônio] do cemitério para a família. Nas primeiras horas da manhã de hoje, já buscamos autoridades locais e determinamos que a chefia do IML de Anápolis se dirigisse ao cemitério para realizar o procedimento”, afirmou Matos.

“Abalo emocional”

O superintendente disse que a culpa não pode ser atribuída à familiar de Ademir que foi ao IML para acompanhar a liberação do corpo. “Nestas horas, o familiar está abalado emocionalmente. A fisionomia do corpo, quando a pessoa morre, muda, não tem tônus muscular”, disse.

Depois de concluir a investigação interna, o IML deve confirmar, ou não, a transgressão do servidor responsável pelo erro na liberação do corpo. Normalmente, nestes casos, a punição é uma suspensão que, dependendo da gravidade, pode chegar a 90 dias. Nesse período, o profissional fica sem receber salário.

Além disso, também poderá haver repercussão a Justiça, casos os familiares acionem o estado pelo erro na liberação do corpo. Neste caso, depois de ser processado, o estado ingressa com ação regressiva contra o servidor, para que ele pague o valor devido de indenização, caso a Justiça acate o pedido das famílias.

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