
O novo crédito consignado privado superou a marca de 35 milhões de simulações no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, divulgou neste domingo, 23, o Ministério do Trabalho e Emprego.
De 6h da manhã de sexta, 21, até as 11h deste domingo, 23, foram registradas 35.931.008 simulações de empréstimo, com 3.137.412 propostas solicitadas e 7.644 contratos realizados.
O ministro Luiz Marinho alerta aos trabalhadores que não tenham “pressa” em contratar o consignado, que esperem as 24 horas para que todas as instituições financeiras habilitadas mandem as suas propostas, garantido, assim, taxas mais baixas de juros. “O trabalhador precisa ter cautela, calma para analisar a melhor proposta”, disse.
Como funciona o crédito do trabalhador
Nomeado “Crédito do Trabalhador”, o novo programa busca oferecer uma alternativa de crédito mais barato para as pessoas com Carteira de Trabalho assinada. A estimativa é que 47 milhões de profissionais tenham acesso, incluindo os domésticos, os rurais e os empregados de microempresas.
A ideia é que, como as parcelas desta modalidade de empréstimo são descontadas de forma automática direto da folha de pagamento, as instituições financeiras ofereçam crédito com juros mais baixos, uma vez que enfrentam riscos consideravelmente menores.
Pelas regras, a prestação mensal do empréstimo não poderá ultrapassar 35% do salário do trabalhador. As parcelas serão descontadas na folha do trabalhador mensalmente, por meio do eSocial, e não dependem de autorização do empregador.
Diferentemente do consignado do INSS, não haverá teto para os juros. Os bancos afirma, porém, que as taxas serão mais baixas em razão da garantia dos recursos do FGTS.
Simulações e propostas do crédito consignado
O trabalhador interessado em um empréstimo desta modalidade pode simular um valor e uma quantidade de parcelas através do aplicativo da Carteira de Trabalho, disponível neste link.
Caso ache interessante a simulação, ele pode então requerer propostas dos bancos. As instituições financeiras enviarão propostas. O trabalhador pode então escolher entre fechar um acordo e contratar o empréstimo ou não.
Simulações com empréstimos de R$ 5 mil e R$ 10 mil
A IstoÉ Dinheiro realizou simulações com valores de R$ 5 mil e R$ 10 mil, com prazos de pagamento tanto de 12 como de 24 meses para ambos os valores. Em todos os casos, a taxa de referência apontada foi de 3,04% ao mês.
A taxa aplicada é, segundo informações exibidas no próprio aplicativo, uma média dos juros consignados privados disponíveis no mercado, calculada pelo Banco Central do Brasil. As propostas apresentadas de fato pelos bancos podem variar para mais ou para menos.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informa que não definiu um limite de parcelas. Porém, orienta as instituições financeiras a concerem empréstimos com pagamento em no máximo quatro anos, ou cerca de 48 meses. Já o cálculo do valor máximo considera fatores como salário e o tempo de empresa do trabalhador.
Nas simulações realizadas, os valores exibidos pelo aplicativo foram:
- R$ 5 mil em 12 meses
12 x R$ 503,51
Total a ser pago: R$ 6.042,12 - R$ 5 mil em 24 meses
24 x R$ 296,51
Total a ser pago: R$ 7.116,24 - R$ 10 mil em 12 meses
12 x R$ 1.007,02
Total a ser pago: R$ 12.084,24 - R$ 10 mil em 24 meses
24 x R$ 593,02
Total a ser pago: R$ 14.232,48
O que é crédito consignado?
O crédito consignado surgiu na década de 1950, restrito a funcionários públicos. Estes trabalhadores podiam contrair empréstimos cujas parcelas seriam descontadas diretamente de sua folha de pagamento.
Em 2003, em seu primeiro mandato presidencial, Lula ampliou o acesso para beneficiários do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e para trabalhadores da iniciativa privada.
O crédito consignado privado, no entanto, estava restrito às empresas que fecham convênios com bancos para oferecer a modalidade. Assim, grande parte dos trabalhadores — sobretudo funcionários de empresas pequenas ou domésticos — ainda não tinha acesso até a entrada em vigor da nova proposta do governo.
Com informações de IstoÉ