
O Conselho Regional de Farmácia do Amazonas (CRF-AM) realizou uma vistoria técnica no Hospital Santa Júlia, em Manaus, após tomar conhecimento da morte de Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, que ocorreu no dia 23 de novembro de 2025. A criança deu entrada na unidade com quadro de laringite e morreu após receber adrenalina por via intravenosa, procedimento prescrito pela médica Juliana Brasil Santos e aplicado pela técnica de enfermagem Raíza Bentes.
Segundo a nota oficial, a fiscalização verificou os fluxos de assistência farmacêutica do hospital e constatou que não existe análise farmacêutica prévia das prescrições emitidas nas farmácias satélites do pronto-socorro e do centro cirúrgico. A ausência desse controle ocorreu devido ao quadro reduzido de farmacêuticos, conforme informado pela própria instituição.
A vistoria evidenciou, portanto, que não houve participação de um profissional farmacêutico na dispensação do medicamento relacionado ao caso — etapa considerada essencial para evitar erros de prescrição, interpretação ou dosagem.

Prescrições e protocolos seguem em análise para relatório oficial
De acordo com o CRF-AM, os protocolos internos e os documentos apresentados pelo Hospital Santa Júlia seguem em análise para a elaboração de um relatório oficial, que será encaminhado ao Ministério Público e à Polícia Civil, responsáveis por investigar todas as circunstâncias que levaram à morte do menino.
O Conselho reforça que a presença e a atuação do farmacêutico em todas as fases do processo de medicação “é requisito legal e essencial para a segurança dos pacientes”.
A nota destaca ainda que o CRF-AM continuará acompanhando o caso e adotará todas as medidas cabíveis dentro de sua competência.
Médica e técnica de enfermagem foram afastadas
A médica responsável pela prescrição, Juliana Brasil, e a técnica de enfermagem que aplicou o medicamento, Raíza Bentes, foram afastadas pela direção do hospital. A médica afirma ter orientado verbalmente outra conduta, enquanto a técnica declarou ter seguido exatamente o que constava na prescrição escrita.
O caso está sob investigação policial e também será avaliado pelo Ministério Público do Amazonas.










