A morte de Davi Lucas de Miranda, de 8 anos, após cair de um toboágua em Goiás no último domingo (13/2), fez com que a família de outra criança se lembrasse de uma outra tragédia. O garoto Ailton Gabriel Macedo, então com 7 anos, sofreu uma queda nesse mesmo toboágua e quase morreu, em 2016.

“Eu me coloquei na situação dessa família. Nossa história é muito parecida. Voltaram minhas memórias. Esperava que isso jamais fosse voltar a acontecer. Esperava que o clube fosse tomar providências para que não se repetisse”, disse ao Metrópoles o empresário Paulo Henrique Macedo, de 35 anos, pai de Ailton.

As duas quedas, separadas por seis anos, aconteceram no Di Roma Acqua Park, na conhecida cidade turística de Caldas Novas (GO). Ailton e Davi caíram de um dos toboáguas da principal atração do parque aquático, o “Vulcão”.

Davi Lucas morreu depois de descer de um dos toboáguas, que estava desmontado, já que a atração estava em manutenção. Ele caiu em queda livre de uma altura de 13,8 metros e não resistiu aos ferimentos.

Já Ailton Gabriel, caiu de uma altura de cerca de 8 metros, segundo a família, de um outro toboágua do vulcão. Ele sobreviveu.

Desespero

Paulo Henrique relatou que o filho desceu de um toboágua aberto e ficou parado no meio do caminho, porque era muito leve. O garoto então tentou sair do toboágua e caiu.

“Ele caiu do meu lado. Eu já estava procurando por ele para ir embora, quando escutei atrás de mim um “blagh!”. Eu vi o corpo no chão de sunga amarela e não tinha dúvida que era meu filho, mas não conseguia acreditar. Fiquei paralisado. Ele deitado de bruços, com a cabeça em cima da mão, o sangue descendo”, relatou o pai de Ailton.

O acidente aconteceu no dia 3 de janeiro de 2016. Era o aniversário de Paulo Henrique, que levou o filho ao Di Roma para comemorar. O empresário afirmou que não tinha um funcionário do parque para orientar sobre a descida nos toboáguas e que o socorro foi feito de forma precária.

“Veio um funcionário, pegou meu filho pelo braço e saiu correndo. Outro jogou água e limpou o sangue. Não tinha médico e bombeiros. Os primeiros socorros foram dados por uma médica que estava visitando o clube”, contou Paulo Henrique.

Tratamento

Ailton ficou cerca de duas semanas internado no Hospital de Urgências de Goiânia, segundo a avó, a técnica de enfermagem Zeni Macedo, que acompanhou a recuperação. Ele teve coágulo, traumatismo craniano e fratura no osso da face, segundo a família.

O pai de Ailton lamenta que não teve apoio do parque após o acidente, com exceção do pagamento de diárias de hotel para a mãe e avó da criança, durante o tratamento médico, que vieram do Mato Grosso para acompanhar a criança.

Após um longo tratamento, a criança se recuperou e hoje, com 13 anos, não possui mais sequelas dos graves ferimentos. “Me arrependo amargamente de não ter entrado na justiça. Talvez teria tido repercussão maior e não teria acontecido essa tragédia”, afirmou Paulo Henrique. (Metrópoles)

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