Comitiva do Governo Federal visita Terra Indígena Yanomami, em Roraima - Lucas Leffa/Secom

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, afirmou em uma transmissão ao vivo nesta terça-feira (16) que a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, na Região Norte do país, não será resolvida tão cedo, apesar dos esforços do governo federal. A ministra destacou a complexidade da situação, resultante de décadas de invasão, e ressaltou que a recuperação do território e da qualidade de vida dos yanomami pode levar décadas.

Guajajara argumentou que não basta apenas remover os não-indígenas das terras destinadas aos yanomami e distribuir cestas básicas; é necessário um esforço conjunto para desocupar o território, despoluir os rios, permitir o plantio e restaurar as condições de saúde das comunidades. Ela enfatizou que a terra precisa ser curada para que as pessoas também possam se recuperar.

A ministra informou que medidas implementadas até agora, como a suspensão da entrada de não-indígenas na reserva yanomami e a atuação das Forças Armadas, resultaram na saída de cerca de 80% dos garimpeiros ilegais, mas desafios persistentes, como a violência contra as indígenas, ainda persistem.

Apesar dos esforços do governo, a ministra admitiu que a resolução completa da crise não ocorrerá em 2024, indicando um longo processo de restauração. Ela destacou a importância da atuação das Forças Armadas para garantir a segurança na região e permitir que equipes de saúde operem com eficácia.

No próximo dia 20, completa um ano desde que o Ministério da Saúde decretou emergência em saúde pública na Terra Indígena Yanomami. O governo federal pretende investir R$ 1,2 bilhão para implementar ações estruturantes, incluindo a instalação da Casa de Governo em Boa Vista (RR), que coordenará esforços de diversos órgãos federais na região. A Casa de Governo deve começar a operar até meados de fevereiro.

O secretário nacional de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, também destacou que o número de profissionais de saúde na região aumentou e que 22 novas unidades de saúde serão inauguradas em comunidades da Terra Indígena Yanomami que ainda não possuem atendimento básico.

A ministra Sônia Guajajara encerrou a transmissão reiterando o compromisso do governo em retirar todos os não-indígenas do território yanomami e restaurar os serviços públicos na região.

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