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Desde jovem com sede de mudança, Jacqueline Sato não se contentou em aguardar passivamente por transformações na indústria do entretenimento. Foi a insatisfação com a pouca representatividade que a impulsionou a tomar a decisão de não apenas falar, mas agir. Diante da lacuna que notou existir na indústria, a artista decidiu preenchê-la com suas próprias mãos, ajudando a criar aquilo que sempre sonhou em ver nas telas: um reflexo de sua comunidade e, de certa forma, de si mesma.

Por trás das câmeras, mas sem deixar de lado a carreira de atriz, sua jornada começou com a concepção e produção do programa “Mulheres Asiáticas”, que em breve fará parte da programação do canal E! Entertainment. Em iniciativa pioneira na grade televisiva do nosso país, a primeira temporada trará inclusão e valorização de mulheres nipo-brasileiras bem sucedidas nas mais diversas áreas, dividindo suas experiências e desafios numa sociedade ainda tão desigual. Jacque, que também irá apresentar a atração, tem este projeto não como apenas um trabalho, mas como uma missão.

“Ocupar diferentes cargos atrás das câmeras tem um poder sem igual. Estou amando colaborar para que narrativas que faltavam no mercado finalmente tenham seu espaço. Poder criar e produzir meus próprios projetos tem sido um processo muito gratificante e de um aprendizado enorme. Sinto que abri um caminho novo pra mim, que é complementar e potencializar o outro. Botar energia naquilo que eu acredito e que quero ver transformado no mundo, podendo beneficiar um grupo gigante de pessoas que sempre se sentiu não representado, ou sub representado tem me movido muito”, comenta a atriz.

Mas ela não parou por aí. Sua determinação e compromisso com a representatividade a levaram além das telas e para os bastidores da cena cinematográfica. Em sua segunda aposta, desta vez como produtora associada e colaboradora de roteiro, ela deixou sua marca em “Amarela”, um curta-metragem que ecoa algumas experiências e lutas que enfrentou em sua própria jornada e que acaba de ser selecionado para a competição de curtas da 77ª edição do Festival de Cannes, concorrendo à Palma de Ouro.

Uma narrativa que ressoa com sua própria vivência, a trama é ambientada em São Paulo durante a final da Copa do Mundo de 1998 e conta a história de Erika Oguihara (Melissa Uehara), uma adolescente nipo-brasileira que luta contra o sentimento de não-pertencimento, em casa ou fora. Também integrante da integrante da Academia do Emmy Internacional, Jacqueline é prova viva de que mulheres de origem asiática — e de todas as outras origens — são inteiramente capazes de ocupar todos os lugares que desejam; e isso, claro, inclui Cannes.

“Para mulheres em geral, estarmos em ambientes como este é de extrema importância, posto que é majoritariamente masculino há muito tempo e tem se transformado mais lentamente do que o desejado; e quando vamos além do recorte de gênero e entramos no recorte racial, ser uma das poucas com ascendência asiática a ter este privilégio é de um significado enorme. Afinal, na Indústria criativa e mais especificamente no Cinema e Audiovisual é raríssimo vermos pessoas como nós, na frente e atrás das câmeras, e isto faz com que muitas pessoas nem tentem, nem comecem a jornada em direção aos seus sonhos, por acreditar ser impossível. Isso precisa mudar. Eu tenho tido muita consciência disso a cada passo dado e espero que com trabalho bem feito eu possa colaborar positivamente nessa caminhada.”

A versatilidade artística de Sato pode ainda ser vista em outras produções disponíveis hoje no streaming, como a série “Os Ausentes”, na Max, o longa-metragem “Talvez Uma História de Amor”, no Prime Video, e, no catálogo do Star+, “A História Delas”, ao lado de Cris Vianna e Letícia Spiller.

Com informações de ISTOÉ 

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