O deputado Comandante Dan (Podemos) repercutiu o documento “Cartografias da Violência na Amazônia”, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta quinta-feira (30). O estudo apurou a presença do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) em 168 dos 178 municípios sob o domínio de facções na região.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública, instituição que produz dados, estatísticas e análises sobre as múltiplas facetas da violência no Brasil, há 17 anos, atesta que a taxa média de violência letal na Amazônia foi 45% superior à média nacional.

Em termos numéricos e percentuais, 23% das 772 cidades da Amazônia Legal registram a presença e a atuação das facções criminosas. São 8,3 milhões de pessoas morando em áreas onde há guerras por território entre grupos rivais.

O estudo do Fórum dedica especial atenção ao que eles titulam como “A Rota dos Solimões e a importância da região para o narcotráfico”.

Eles estimam que o tráfico de cocaína seria responsável por fazer circular o equivalente a 4% do PIB brasileiro, sendo que as rotas internacionais que passam pelos estados da Amazônia Legal responderiam por cerca de 40% desse volume de dinheiro.

Dan Câmara declarou que o documento traz à tona uma realidade conhecida pelas forças de segurança, mas que infelizmente não pode ser enfrentada exclusivamente pelo aparato policial do Amazonas. “Fizermos em outubro Audiências Públicas sobre segurança em 15 cidades do Alto e Médio Solimões e em novembro levamos a Secretaria Nacional de Segurança Pública para uma reunião em Tabatinga com todos os prefeitos do Alto Solimões; temos feito um esforço grande, desde o início da legislatura, para chamar atenção sobre o problema”, disse.

O parlamentar revelou ainda que tramitou na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) um documento para o Executivo Estadual, sugerindo uma série de medidas para conter o avanço da criminalidade, entre elas a negociação com o Governo Federal de uma GLO, Garantia da Lei e da Ordem, dispositivo constitucional recentemente adotado para conter a crise de segurança no Rio e em São Paulo. “A situação aqui é gravíssima e já está ocupando os espaços urbanos de Manaus: as cracolândias não são isoladas, são consequências; sozinhos não conseguiremos conter a guerra de ocupação do tráfico”, afirmou.

Câmara finalizou com outro dado trazido pelo relatório. “Não é de hoje que falamos sobre o narcogarimpo e o narconegócio, é agora o documento lança luz sobre essa questão e mostra as ações danosas ao meio ambiente como uma lavagem de dinheiro e uma diversificação de negócios do crime organizado; conter a devastação da Amazônia passa necessariamente pelo controle das fronteiras e a retomada da ordem pública”, finalizou.

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