O prefeito David Almeida (Avante), declarou neste domingo, 24, que a “cortina da história” continuará, com ele e o governador Wilson Lima (PSC), a se fechar para os velhos caciques políticos do Amazonas.
As palavras de David ocorreram no evento para oficializar o repasse de R$ 580 milhões do Estado para o município de Manaus. Onde o prefeito revelou o desejo de um dia ser governador. “Um dia. Não é agora. Quero ser um bom prefeito, sendo um bom prefeito isso pode me credenciar lá na frente. No futuro”, acrescentou.
Sem nenhuma falsa modéstia, o burgomestre elevou a voz, altaneiro, e disse que o fechar da cortina e o apagar das luzes da “ribalta” “para uma geração que já teve tempo, dinheiro e apoio político para mudar esse estado e não mudou”, é uma realidade inexorável.
David Almeida falou de uma geração sem citar nomes. Sabe-se, entretanto, que desde a redemocratização do país várias lideranças políticas emergiram após jejum de 21 anos. Entre elas, Arthur Neto (PSDB), Omar Aziz, José Melo (Pros), Eduardo Braga (MDB), Amazonino Mendes (União Brasil), Jefferson Péres, Fábio Lucena, Serafim Corrêa, Wilson Alecrim, Vanessa Grazziotin, João Pedro e tantas outras.
De lá para cá, com a força da Zona Franca de Manaus, o Amazonas não parou de crescer, deu um salto qualitativo socioeconômico apesar da fragilidade não dos governantes que antecederam Wilson Lima e David Almeida, mas do modelo econômico do estado.
A geração pós-redemocratização fez muito pelo estado, embora muito ficaram a dever.
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por exemplo, deve-se a essa geração, que ousou tirar a população mais pobre do bodozal com o Prosamim, melhorou o sistema público de saúde, com ampliação da quantidade de hospitais de excelência, como o Tropical, o 28 de Agosto, sem falar nas escolas de tempo integral, na ponte sobre do Rio Negro, no aparelhamento das polícias militar e cível, na Ponta Negra, na avenida da Torres, etc., etc., etc., e tal.
As luzes e as cortinas da ribalta não serão fechadas nem por Wilson Lima tampouco por David Almeida. Nem um nem outro tem esse poder, que pode acontecer de forma natural ou pela vontade soberana do povo.
Ah! não houve nenhuma redemocratização em 2018, como disse o prefeito David Almeida. A rotatividade do poder, que lhe permitiu o cargo, é natural em uma democracia e não redemocratização.









