A moradores da Zona Leste que buscam soluções para a questão da insegurança no Amazonas, o candidato ao governo do Estado pela coligação Renova Amazonas, David Almeida (PSB), afirmou que a solução para esse problema não está no mero aparelhamento das polícias, mas num conjunto de ações entre secretarias estratégicas, voltadas para os jovens e suas famílias. A declaração do candidato foi feita para as diversas famílias do bairro João Paulo, Zona Leste de Manaus, durante caminhada na tarde desta segunda-feira (20).
Para David, o Amazonas vive o pior momento da segurança pública dos últimos 35 anos. De acordo com ele, o Estado, cujo orçamento deve chegar a R$ 19 bilhões neste ano, tem condições de investir na valorização e qualificação dos profissionais da segurança pública e na modernização da inteligência. O candidato disse, ainda, que vai ampliar o efetivo das polícias Militar e Civil, além do Corpo de Bombeiros Militar. Será feito todo um conjunto de ações integradas ao programa “Polícia Presente”, que será conectado ao programa “Rede de Proteção da Vida”.
A taxa de homicídios nos últimos dois meses – junho e julho – foi recorde, 50 para 100 mil habitantes, uma alta de 35%, conforme dados do Atlas da Violência. Com o “Polícia Presente”, David explicou que o Estado vai trabalhar com o patrulhamento ostensivo, preventivo e repressivo, ampliar e qualificar o monitoramento 24 horas por câmeras espalhadas pela cidade, para promover a segurança como qualidade de vida. “O Estado tem recursos para fazer esse tipo de investimento, necessário para combater as facções criminosas, que têm transformado Manaus em uma cidade com cenário de guerra civil”, disse o candidato.
Além de qualificar as corporações de segurança, David disse que, com o programa “Rede de Proteção da Vida”, seu governo vai implantar o projeto “Escola e Comunidade”, que visa a manter as escolas públicas da rede estadual de ensino abertas até meia noite, durante os fins de semana e feriados, criando um espaço seguro para práticas de atividades de lazer, esporte e cultura das comunidades. Ainda sobre a “Rede de Proteção da Vida”, ele afirmou que vai promover projetos de incentivo à cultura, ao esporte e às iniciativas sociais, para por fim à cooptação dos jovens pelo narcotráfico.
Moradora do bairro João Paulo, a recepcionista Vânia Cavalcante, 28, disse a David que a principal reclamação dos moradores da região é a insegurança nas ruas, por conta do tráfico de drogas, que gera uma guerra por comando de área entre os traficantes. Além desse cenário, o que mais preocupa Vânia são os assaltos a ônibus, de que ela já foi vítima. “Certo dia, quando eu voltava do trabalho na linha 671, ali na altura do Coroado, por volta das 20h, dois homens anunciaram o assalto. Foi muito ruim. Esse tipo de coisa tem que acabar”, disse a recepcionista.
O comerciante Eldo de Sousa, 57, que mora há 21 anos no João Paulo, está cansado de ouvir relatos diários de violência nas proximidades. Para ele, é necessário uma intervenção profunda no sistema de segurança pública. “Nós vivemos com medo da criminalidade. Precisamos de uma segurança mais presente. Passam poucas viaturas por aqui e, se formos contar, todo dia morre pelo menos dois perto de casa. Para acabar com isso, o povo tem que tirar esses políticos antigos que estão aí e não resolvem os nossos principais problemas”, relatou o comerciante.