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A recuperação da Apple neste ano a trouxe de volta à beira de um patamar histórico: um valor de mercado de US$ 3 trilhões. As ações da fabricante do iPhone dispararam 35% este ano, agregando quase US$ 690 bilhões a seu valor de mercado. O avanço colocou a Apple muito perto de seu recorde de janeiro de 2022.

– Em minha carreira, nunca imaginei uma empresa desse tamanho, mas também nunca imaginei uma empresa capaz de gerar mais de US$ 100 bilhões em fluxo de caixa livre em um ano – disse Patrick Burton, gerente de portfólio da MainStay Winslow Large Cap. Growth Fund.

Ele possui quase 4,5 milhões de ações da empresa, com sede em Cupertino, na Califórnia, segundo dados mais recentes.

Apple e outros gigantes da tecnologia têm se destacado no mercado este ano, com os investidores gravitando em torno de empresas de maior escala, enquanto encaram os riscos de uma possível recessão, falências de bancos e, agora, um impasse sobre o teto da dívida dos Estados Unidos.

É uma das ações favoritas de investidores institucionais, fundos de hedge, investidores de varejo e de Warren Buffett, magnata e presidente da Berkshire Hathaway.

Embora a Apple tenha ultrapassado brevemente os US$ 3 trilhões no início de 2022, ela nunca conseguiu fechar acima desse nível, e o pico marcou o início de uma tendência de baixa que resultou em uma queda de 27% naquele ano, quando os investidores fugiram das ações de tecnologia em meio às altas taxas de juros. Hoje, a empresa vale US$ 2,76 trilhões.

Receita deve encolher no ano

Os resultados da Apple neste mês surpreenderam. Tanto os ganhos quanto a receita foram melhores do que o esperado, graças a uma recuperação do iPhone e ao crescimento do negócio de serviços. A empresa também aumentou seus dividendos e anunciou planos de US$ 90 bilhões em recompras de ações.

Esse compromisso com o retorno dos acionistas, juntamente com os fluxos de receita da empresa, fez da Apple e de outras ações de big techs uma aposta segura para investidores no início deste ano, quando o colapso do Silicon Valley Bank levou à turbulência no setor bancário.

Mas, agora, em meio às expectativas de que o Federal Reserve (o banco central americano) comece a cortar as taxas de juros já em julho para estimular o crescimento econômico, os investidores estão olhando para essas empresas por suas características ofensivas, e não defensivas.

Segundo projeções, a receita da Apple deve encolher neste ano, embora ela esteja com 28 vezes o lucro projetado.

Maior peso no S&P

Diretora-executiva da Defiance ETFs, Sylvia Lablonski acredita que é provável que a Apple tenha um bom desempenho tanto em um ambiente de risco quanto em um cenário em que os investidores buscam ativos com menor risco, com foco em segurança ao invés de rentabilidade:

– Não dá para esperar retornos de 20% a 30% daqui, mas prefiro colocar meu dinheiro aqui do que em um Tesouro. Há muitas oportunidades de crescimento mesmo em um mercado difícil, e ele paga dividendos, recompra uma tonelada de ações e tem um balanço patrimonial incrivelmente forte, o que é atraente para os investidores.

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