O engenheiro de pesca, José Maria Batista, defensor da pesca sustentável, desde que abraçou a causa em favor da sustentabilidade dos rios da Amazônia, tornou-se alvo dos saqueadores da região.
Em entrevista à F. de São Paulo, ele conta que recebeu um ultimato para deixar a região do Japurá ou morreria cruelmente, espetado na ponta de um arpão. “É melhor você ir embora, ou vamos arpoá-lo”, relembra Damasceno.
Anos depois, ele disse ter escapado de uma emboscada e da morte em outro canto remoto da selva onde Bruno Pereira e Dom Phillips se encontravam no ano passado.
Por capricho do destino, a emboscada armada por um bando de assassinos fortemente armados para matar o engenheir, foi abortada por falha do motor usado durante deslocamento pelo rio.
Esses esforços para incentivar a vida verde colocaram Damasceno no lado contrário ao dos criminosos ambientais. Mas ele insiste em lutar.
Apesar dos riscos, Damasceno disse estar determinado a continuar sua cruzada para levar a pesca sustentável a alguns dos cantos mais isolados e perigosos da Amazônia brasileira, onde ele nasceu e cresceu.
Aos 65 anos, o engenheiro pretende se aposentar depois de implantar a pesca sustentável em São Rafael, São Gabriel e Ladário – três comunidades de pescadores de onde vieram os supostos assassinos de Pereira e Phillips.
Isso envolve ajudar essas comunidades a criar três tipos diferentes de lagos que ajudarão a recuperar os estoques locais de pirarucu e, espera-se, impedir que os pescadores invadam as terras indígenas: “lagos de proteção permanente” onde a pesca é proibida; “lagos de manutenção”, onde as famílias locais podem pescar para se alimentarem; e “lagos de manejo”, onde uma cota de até 30% de peixes adultos pode ser extraída legalmente depois que seus números atingirem certos níveis.
“Se houver 100 peixes, você pode pegar 30, para que os estoques possam se recuperar”, disse Damasceno.
Leia mais aqui https://www1.folha.uol.com.br/
