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Uma delegação composta por cerca de 20 deputados da Alternativa para a Alemanha (AfD), o principal partido alemão de extrema-direita, embarcou nesta quinta-feira (11/12) para os Estados Unidos. O objetivo da viagem é se encontrar com representantes do Partido Republicano e “outros parceiros políticos”, conforme anunciou a legenda na quarta-feira (10/12).

A AfD, que já havia recebido apoio de aliados de Donald Trump na última eleição legislativa alemã, busca um “renascimento conservador na América do Norte e na Europa”, declarou o deputado Markus Frohnmaier, responsável pela política externa do grupo parlamentar. A delegação inclui deputados do Bundestag (Parlamento Federal), de parlamentos estaduais (Länder) e do Parlamento Europeu. Frohnmaier afirmou que a AfD está “estabelecendo parcerias sólidas com forças que defendem a soberania nacional, a identidade cultural e uma política realista em matéria de segurança e imigração”.

Em Nova York, os deputados alemães também participarão de uma noite de gala organizada por uma associação de jovens republicanos. Estima-se que apenas os custos de viagem dos deputados do Bundestag, pagos pelo Parlamento, cheguem a aproximadamente € 60 mil.

Contexto e Críticas

O vice-presidente americano JD Vance já havia se encontrado em Munique com a então candidata à chancelaria da AfD, Alice Weidel, durante a campanha eleitoral alemã. Vance, em fevereiro, incentivou outros partidos alemães a deixarem de “diabolizar a AfD” em sua participação na Conferência de Segurança de Munique.

A iniciativa da AfD, contudo, gera fortes críticas na Alemanha. O chanceler conservador Friedrich Merz considerou, na terça-feira (10/12), alguns trechos da estratégia de segurança de Donald Trump “inaceitáveis” do ponto de vista europeu. Paradoxalmente, a AfD elogiou o documento de Trump, que antecipa o fim da civilização europeia, atribuindo-o, entre outros fatores, à falta de controle da imigração.

Knut Abraham, deputado democrata-cristão no Bundestag e ex-diplomata alemão em Washington, expressou forte desaprovação. Para ele, “tanto os republicanos quanto a AfD trabalham para a destruição da Europa”, e a “aliança entre a AfD e o movimento MAGA (Make America Great Again) em torno de Trump é diabólica”.

Com informações de Metrópoles

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