Maquiadora Claudiele Santos da Silva

O delegado Cícero Túlio, titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e responsável pela Operação Mandrágora, está considerando solicitar ao juiz da Vara de Central de Inquérito a revogação do benefício de prisão domiciliar concedido à maquiadora e cabeleireira Claudiele Santos, de 33 anos. A prisão domiciliar foi inicialmente concedida pelo fato de Claudiele ser mãe de uma criança em fase de amamentação.

“Vamos tentar sinalizar essas situações justamente para o juiz da Vara de Central de Inquérito, que o que motivou a saída dela do cárcere seria justamente o fato dela ter essa criança, que ao que parece encontra-se aos cuidados do pai”, disse o delegado.

O advogado Kevin Telles, que representa Claudiele Santos, afirmou que sua cliente está cumprindo todas as exigências da prisão domiciliar. “Ela está detida em casa e aguarda o término das investigações para que a defesa possa ter acesso a todo conteúdo do inquérito”, disse ele. Telles também destacou que Claudiele possui a guarda da criança, mas que o pai levou a criança após a prisão preventiva de Claudiele.

“O endereço da criança é de Claudiele. Ocorre que o pai, à própria revelia, após a prisão preventiva de Claudiele, foi até a casa e tomou a filha para si com a justificativa de que ia passar alguns dias e iria devolver. E não devolveu. Após a revogação da prisão preventiva para domiciliar, liguei para o advogado do genitor, no entanto, ele informou que entregaria a criança apenas após decisão judicial”, explicou o advogado. Ele informou ainda que já solicitou uma ordem de busca da criança.

Segundo Kevin Telles, já existe um processo de pensão alimentícia no qual foi sentenciado que 60% dos alimentos devem ser pagos em guarda compartilhada, com o lar de referência sendo o da mãe. “Ele vem descumprindo a sentença e eu já entrei com uma medida cautelar de busca e apreensão da menor, com auxílio de força policial se for o caso. Estamos aguardando a expedição do mandado”, acrescentou o advogado.

Claudiele Santos se entregou à polícia na noite do dia 30 de junho, dois dias após a morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Bumbá Garantido. Claudiele ganhou liberdade no dia 6 deste mês.

Djidja, de 32 anos, morreu em sua casa no bairro Cidade Nova, em Manaus. Ela era uma das principais personagens do Boi Bumbá Garantido na festa de Parintins. Familiares de Djidja acusam pessoas próximas a ela de praticar crimes na casa da vítima e de fazer rituais com substâncias ilícitas. A tia de Djidja, Cleomar Cardoso, acusou os indiciados de negar socorro à vítima e de incentivar seu vício em drogas.

A mãe e o irmão de Djidja foram presos no dia 30 de junho. No local da morte, foram apreendidos remédios de uso controlado e medicamentos veterinários. A advogada da mãe e do irmão declarou que “eles são doentes”.

O Tribunal de Justiça do Amazonas também expediu mandados contra três funcionários do salão de beleza Belle Femme, do qual Djidja era sócia. Claudilene Santos da Silva, maquiadora, Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro, e Verônica da Costa Seixas, gerente do salão, estão entre os acusados.

Segundo o documento de entrada de Djidja no Instituto Médico Legal de Manaus, datado de 28/05 às 10h15, a ex-sinhazinha pode ter falecido devido a um edema cerebral, que teria causado uma parada cardiorrespiratória.

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