O delegado Rafael Horácio, que matou um motorista de caminhão em uma briga de trânsito, foi preso no sábado (30) em Belo Horizonte. A informação foi divulgada pelo chefe da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Joaquim Francisco Neto e Silva, nas redes sociais.

De acordo com a publicação, a Justiça deferiu um pedido de prisão cautelar feito na sexta-feira (29) pela Corregedoria-Geral da PCMG. A corporação cumpriu o mandado de prisão pelo crime de homicídio nesta manhã.

O delegado Rafael Horácio matou com um tiro Anderson Cândido de Melo, motorista de caminhão, na tarde de terça-feira (26), em Belo Horizonte.

Relembre

O delegado Rafael Horácio matou com um tiro Anderson Cândido de Melo, motorista de caminhão, na tarde de terça-feira (26), em Belo Horizonte. Os dois teriam se envolvido em uma briga de trânsito na avenida do Contorno, sentido Barro Preto.

De acordo com a ocorrência, por volta das 14h30, o delegado teria ligado para o Denarc (Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico) e informado sobre o ocorrido.

Quando os policiais civis chegaram ao local, a Polícia Militar estava prestando socorro a Anderson Cândido de Melo, encaminhado ao hospital João XXIII. Ele não resistiu aos ferimentos.

Rafael Horácio contou que estava dirigindo no sentido Barro Preto, quando o caminhão que a vítima dirigia teria fechado a viatura dele, que não estava caracterizada, duas vezes. O motorista, depois, teria jogado o veículo contra a traseira da viatura, ainda segundo o relato do delegado.

O policial conta que saiu do carro e usou do que ele chama de “o único meio que possuía para cessar a iminente agressão”, atirando em direção ao centro do para-brisa do caminhão, e atingindo o motorista Anderson Cândido de Melo.

A vítima, de 48 anos, chegou viva ao hospital e passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. O delegado confessou que matou o motorista, entregou a arma de fogo, com 16 munições, e se apresentou na delegacia de homicídios na capital.

Investigações

O delegado chegou a ser ouvido inicialmente pela Polícia Civil, quando alegou legítima defesa. Conforme informado pela PCMG naquela ocasião, “não houve elementos jurídicos para a prisão” do policial, e ele foi liberado.

A corporação também afirmou que a Corregedoria adotou medidas imediatas para a apuração dos fatos. “No curso do inquérito todas diligências investigativas possíveis serão realizadas, como depoimentos de outras testemunhas, análise de laudos periciais, arrecadação de imagens de câmeras de vigilâncias, etc”, garantiu.

A Polícia Civil também reforçou que instaurou procedimento disciplinar para apuração da responsabilidade administrativa do delegado.

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