Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A Justiça do Rio Grande do Norte condenou o deputado federal General Girão (PL-RN) a pagar R$ 2 milhões em danos morais coletivos por fomentar as manifestações antidemocráticas após as eleições de 2022, que deram a vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo a sentença, Girão teria realizado publicações nas redes sociais para incentivar atos antidemocráticos em frente a um quartel do Exército. Na época, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no pleito, pediram intervenção militar por não aceitarem o resultado das urnas eletrônicas.

Para o juiz Janilson de Siqueira, da 4ª Vara Federal, a atitude do deputado “afronta o Estado de Direito, a ordem jurídica e o regime democrático, pondo em ameaça a legitimidade do processo eleitoral e a atuação do Poder Judiciário, além de configurar discurso de ódio contra as instituições democráticas com divulgação de notícias falsas (fake news) acerca do resultado das eleições, confundindo e incitando o povo e as Forças Armadas à subversão contra a ordem democrática”.

General Girão também foi condenado a apagar postagens no Instagram, no X e no Facebook sobre o tema em até 10 dias. A decisão do magistrado atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF). Ainda cabe recurso.

Para o MPF, o deputado federal utilizou as redes sociais em um claro abuso da liberdade de expressão e da imunidade parlamentar. De acordo com o órgão, o parlamentar encorajou condutas antidemocráticas em manifestantes que estavam acampados em frente ao 16° Batalhão de Infantaria Motorizada em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Com informações de Metrópoles.

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