Parlamentares criticaram, nesta quinta-feira (7/10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo veto à distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias. A bancada feminina articula para derrubar a decisão.

“Bolsonaro mostra que não tem nenhum pingo de sensibilidade com as mulheres. Ele deixa claro toda a sua misoginia com esse veto. Não podemos nos calar, pois estamos tratando da vida, da dignidade de milhares de mulheres. Esse veto é um atentado contra todas nós e por isso não perdemos nenhum minuto”, afirmou Marília Arraes (PT-PE), autora do projeto que cria o Programa Nacional de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. “Vamos derrubar esse veto absurdo!”

A coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), destacou que o projeto foi aprovado com apoio de todas as bancadas na Câmara e no Senado.

“Nós conseguimos montar um projeto de lei que tivesse um impacto financeiro mínimo, para começar. Nós tínhamos que garantir a todas essas mulheres o acesso a esse tipo de material, que não é só um kit de higiene e limpeza, mas é um kit de saúde”, disse.

“Muitas mulheres pegam infecção porque não conseguem ter o uso adequado dos absorventes, o que pode se agravar, fazendo com que essas mulheres cheguem ao SUS com outros tipos de doenças crônicas também”, acrescentou.

A deputada citou dados do estudo Pobreza Menstrual no Brasil. A pesquisa aponta que 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.

“Quando Bolsonaro veta a distribuição de absorventes a mulheres pobres, ele demonstra mais uma vez o seu desprezo, a sua falta de humanidade, o seu descaso com a dignidade das mulheres que mais precisam”, declarou Tabata Amaral (PSB-SP).

O líder do PT na Câmara, Bohn Gass (RS), endossou as críticas da bancada feminina.

“Você já parou para pensar o que uma mulher sente quando menstrua e não tem dinheiro para comprar absorvente? Bem, aprovamos projeto para que o governo distribua gratuitamente absorvente a estudantes de baixa renda e mulheres em situação de pobreza extrema. Mas… Bolsonaro vetou”, escreveu.

O vice-líder do DEM na Câmara, Kim Kataguiri (SP), ironizou Bolsonaro ao lembrar que o presidente vetou absorventes, mas aumentou o salário dele e de ministros acima do teto constitucional.

No Diário Oficial da União (DOU), o mandatário da República explicou que o projeto de lei (PL) contraria o interesse público, “uma vez que não há compatibilidade com a autonomia das redes e estabelecimentos de ensino. Ademais, não indica a fonte de custeio ou medida compensatória”. (Metrópoles)

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