
Uma discussão entre parlamentares tomou conta da sessão de votação de propostas legislativas na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira (28). Na ocasião, estava sendo discutida a megaoperação policia do Rio de Janeiro no Complexo do Alemão, que deixou ao menos 64 mortos.
O caso foi protagonizado pelo presidente da comissão, deputado Paulo Bilynskj (PL-SP), e os deputados Pastor Henrique (PSOL-RJ) e Talíria Petrone (PSOL-RJ), que afirmou ter sido silenciada durante o debate.
Em dado momento, Pastor Henrique pediu a palavra, que lhe foi concedida, e questionou se a “letalidade do Rio de Janeiro estava dando certo” e que havia “um espetáculo eleitoral responsabilizando o governo Lula por um problema histórico” da cidade.
Em seguida, o deputado do PSOL falou que Bilynskj não estava sendo covarde hoje, por não discutir sobre o tema. Os ânimos então se exaltaram.
Bilynskj respondeu: “Tá me chamando de covarde? Covarde é você. O senhor não é membro desta comissão e não tem legitimidade.”
Posteriormente, cortou o microfone do deputado.
Talíria Petrone disse, em fala direcionada ao presidente da comissão: “Todo mundo sabe sobre o seu passado. É covarde mesmo.”
Ele rebateu: “Qual o meu passado então? Essa comissão não é baile funk, a senhora vá embora, a senhora não é bem-vinda aqui.”
Fora do microfone, a deputada respondeu: “E você desliga o microfone seu moleque? Você é um moleque.”
Pastor Henrique ainda reclamou que Bilynskj estava tirando o direito de fala dele. Na sequência, o presidente suspendeu a sessão por 20 minutos.
Nas redes sociais, Talíria publicou um trecho da discussão e acusou Paulo Bilynskj de “silenciar quem pensa diferente e defende uma política de segurança pública que só enxuga sangue.”
Após mais de 30 minutos de intervalo, a sessão foi retomada com a fala do deputado Pastor Henrique.
Megaoperação no Rio
A megaoperação contra o CV (Comando Vermelho) que acontece nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, é a mais letal da história do estado. O dado é do Geni/UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense).
Segundo as forças de segurança no estado, 60 criminosos, dois policiais civis e dois policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais) foram mortos.
A ação, batizada de Operação Contenção, faz parte de uma iniciativa do governo do estado para combater a expansão territorial do Comando Vermelho e prender lideranças criminosas que atuam no Rio e em outros estados.
Os policiais tentam cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes do CV — entre os alvos, 30 são de outros estados, com destaque para membros da facção no Pará, que estariam escondidos nessas regiões.
Com informações de CNN Brasil.










