
A goleada por 4 a 1 sofrida diante da Argentina, nesta terça-feira (25), no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, ampliou a crise na Seleção Brasileira e acendeu um alerta máximo sobre a permanência de Dorival Júnior no comando técnico. Internamente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já discute abertamente a possibilidade de trocar o treinador antes da disputa da Copa América.
A atuação desastrosa contra os rivais sul-americanos acentuou o desgaste do treinador, que vinha sendo criticado por resultados pouco convincentes desde os empates contra Venezuela e Uruguai, no fim do ano passado. Agora, o ambiente de desconfiança tomou conta dos bastidores da entidade, onde dirigentes avaliam com cautela os próximos passos.
Um dos principais impasses é o calendário. Alguns nomes cotados para substituir Dorival, como Carlo Ancelotti — técnico preferido do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues —, estarão envolvidos no Mundial de Clubes entre junho e julho. Isso gera dúvidas sobre o momento ideal para uma eventual mudança no comando técnico.
A relação entre Ednaldo e Dorival nunca foi próxima, mas nos últimos dias o distanciamento ficou mais evidente. Enquanto o presidente da CBF priorizava sua reeleição no Rio de Janeiro, marcada para a véspera do confronto com a Argentina, o clima dentro da Seleção já era de forte pressão. A falta de sintonia entre os setores político e esportivo da entidade ficou evidente.
Mesmo após a derrota, Ednaldo procurou demonstrar apoio institucional, embora tenha deixado claro que os resultados em campo não são de sua responsabilidade. “Tudo que é solicitado à administração, na pessoa do seu presidente, é disponibilizado. […] Mas o resultado em campo, esse a gente não tem controle. Eu não tenho controle do resultado em campo”, afirmou.
Nos corredores da CBF, o futuro de Dorival Júnior parece cada vez mais incerto. A goleada sofrida em Buenos Aires pode ter sido o estopim definitivo para uma mudança que, até então, vinha sendo tratada com cautela.