Igo Estrela/Metrópoles

Os alertas de desmatamento registrados na Amazônia no mês de abril — entre os dias 1º e 29 de abril — alcançaram um total de 1.013 km². Segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (6/5), houve alta de 74,6%, em comparação ao mesmo mês de 2021.

Pelo quarto mês consecutivo, os alertas de desmatamento seguem concentrados nos estados do Amazonas (34,2%), Pará (28,3%) e Mato Grosso (23,8%). Segundo o órgão, nos três primeiros meses do ano, a região bateu o recorde de 941,3 km² desmatados.

Em abril de 2021, o órgão de pesquisa registrou 581km² desmatados, ou seja, aumento de 43% em relação ao mesmo mês em 2020.

Veja os aumentos consecutivos nos índices de desmatamento para o mês de abril, desde o começo da série histórica, em 2016:

Para o coordenador de Amazônia do Greenpeace Brasil, André Freitas, a “fragilização dos órgãos de fiscalização ambiental” é um dos fatores responsáveis pela alta.

“É um projeto perverso que tem como um dos principais resultados a prescrição de crimes ambientais sem que os criminosos sejam punidos. Com a certeza da impunidade, o que já está ruim tende a piorar caso projetos de leis que visam legalizar a grilagem de terras, flexibilizar o licenciamento ambiental e abrir Terras Indígenas para mineração sejam aprovados na Câmara e no Senado”, destaca Freitas.

“É preciso de uma vez por todas frear este mecanismo que vem sucateando os órgãos públicos e investir em fiscalização ambiental se quisermos realmente manter a maior floresta tropical do mundo em pé”, sugere o respresentante do Greenpeace Brasil.

Governo ignorou alertas

Desde o início do governo Jair Bolsonaro (PL), 97,2% dos alertas de desmatamentos emitidos pelo Inpe não foram fiscalizados pelos órgãos responsáveis.

Os dados foram revelados pelo Monitor da Fiscalização do Desmatamento do MapBiomas, projeto de monitoramento formado por universidades, ONGs e empresas de tecnologia.

A nova plataforma do MapBiomas analisou todos os alertas emitidos entre janeiro de 2019 e março de 2022.

O levantamento realizado pela ferramenta mostra que 29% dos alertas, em Mato Grosso, sofreram fiscalização ou tinham permissão para desflorestação. No Pará, apenas 1,8% dos alertas está em áreas com a existência de vistoria ou autorização para supressão de vegetação.

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