A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) possui um museu dentro do Palacete Provincial, na Praça Heliodoro Balbi, no bairro Centro, zona sul de Manaus, onde, por mais de 100 anos funcionou como quartel da instituição. De acordo com a coordenação do espaço cultural, mais de 4.500 pessoas passaram pelo Museu Tiradentes entre janeiro e abril deste ano.

O estagiário em Turismo, Yuran Melo, explica que o museu foi inaugurado em 1984 e todo ambiente se mantém desde o ano de 1907. O espaço é dividido em três atos: a sala de reuniões, a sala de espera e o gabinete.

O Museu Tiradentes dispõe de dezenas de objetos e itens históricos, entre armas de fogo antigas, espadas, equipamentos, uniformes, condecorações, documentos e fotografias.

“A maioria dos móveis é feita de madeira de jacarandá, todos bem conservados. A sala de espera com materiais estilo manuelino, cadeiras estilo chinoiserie. Temos guardados obituários que foram restaurados pelo ateliê, documentos que remetem a época provincial, livros que foram escritos em grande maioria por coronéis, temos réplicas de armaduras que são datadas do século XIX”, explicou Yuran.

Ele relata que as armaduras foram adquiridas para uso, entretanto, quando foram utilizadas pela primeira vez, em 1957, os cadetes sofreram danos na pele, em razão do material, que pesava 20 quilos de ferro, e do clima da região.

Exposição flagrantes da História

A exposição conta sobre a criação e a origem das forças policiais no Brasil e no Amazonas, a implementação do código de processo criminal do império, em 1835, na província do Grão-Pará. Assim, surgiu a Guarda Policial, que no decorrer dos anos teve algumas denominações até ser chamada de Polícia Militar.

Bandeiras históricas da Guerra de Canudos

A exposição conta a exitosa participação dos policiais militares do Amazonas na Guerra de Canudos, que aconteceu entre 7 de novembro de 1896 e 5 de outubro de 1897, na Bahia. Um dos itens de destaque disponíveis no Museu Tiradentes é a bandeira do Brasil bordada a ouro e prata por senhoras do Estado do Pará, para presentear os policiais do Amazonas que passaram por Belém, no retorno da tropa a Manaus.

“Uma bandeira do Brasil que foi levada pelo Batalhão do Amazonas para a Guerra de Canudos, fica conservada dentro de uma cabine, que pode ser visualizada pelos visitantes do espaço. Essa possui manchas de sangue e marcas de projéteis e tem um valor histórico muito grande”, destacou.

Espaço também possuía prisão

O prédio onde o museu está instalado, que funcionava como quartel, também possuía prisão com celas especiais para militares e civis que possuíam nível superior. No local também eram encarcerados políticos que discordavam das elites dominantes.

“A partir da época da Ditadura Militar, em 1964, essa prisão passou a funcionar para algumas pessoas que infringiam as regras, policiais, tanto que no espaço tem documentos históricos que contam sobre esses procedimentos, como fuzilamento, dentre outros”, explicou o guia.

Funcionamento

Tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas, o Palacete Provincial, coordenado pela Secretaria de Cultura do Amazonas e Economia Criativa (SEC), abriga outros dois museus e a Pinacoteca do Estado. Os espaços estão abertos para visitação gratuita de segunda a sábado, exceto quartas e feriados, das 9h às 15h.

Artigo anteriorEm Parintins, Governo do Amazonas realiza entrega de lancha, fuzis e viaturas para a segurança
Próximo artigoEscola de Samba Aparecida abre inscrições gratuitas para Oficina de Ritmos