
Nesta quinta-feira, 26 de junho, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção da Diabetes, uma data que chama atenção para o diagnóstico precoce, o controle adequado da doença e a adoção de hábitos saudáveis para prevenção de novos casos.
A diabetes é uma doença crônica que interfere na forma como o organismo produz ou utiliza a insulina, o hormônio que regula os níveis de glicose no sangue. Embora comumente associada ao açúcar, a condição tem causas multifatoriais, como explicam especialistas.
“A diabetes tipo 2 resulta de uma combinação entre resistência à insulina e deficiência relativa na sua produção. Está ligada à genética, mas também a fatores como sedentarismo, obesidade abdominal e dieta rica em ultraprocessados”, explica a endocrinologista Mirella Miranda, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Fatores de risco e diagnóstico
A idade é um fator de risco importante. Pessoas com mais de 45 anos devem incluir o exame de glicemia no check-up anual, especialmente se também apresentam hipertensão, colesterol alto ou aumento da circunferência abdominal.
Outros fatores que aumentam o risco:
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Histórico familiar de diabetes;
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Diabetes gestacional anterior;
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Síndrome dos ovários policísticos;
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Uso de medicamentos que afetam o metabolismo;
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Diagnóstico prévio de pré-diabetes.
Uma doença silenciosa
A diabetes pode evoluir de forma assintomática por longos períodos. Porém, alguns sinais devem ser observados:
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Sede excessiva e boca seca;
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Urinar com frequência;
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Cansaço constante;
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Visão embaçada;
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Perda de peso inexplicada;
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Feridas que demoram a cicatrizar.
“Quando os sintomas aparecem, o quadro muitas vezes já está avançado. Por isso, o acompanhamento regular é tão importante”, orienta a médica generalista Carla Caxias, do Laboratório IonNutri.
Açúcar: vilão visível, mas não o único
Embora o consumo excessivo de açúcar esteja relacionado ao desenvolvimento da diabetes tipo 2, ele não é o único vilão.
“Existe confusão porque o açúcar é o inimigo mais visível, mas o maior problema está no estilo de vida como um todo”, reforça Carla.
Alimentos como bebidas adoçadas, ultraprocessados, frituras e gorduras trans também elevam o risco, principalmente quando associados à falta de atividade física e excesso de peso abdominal.
Diabetes tipo 1: outra origem
A diabetes tipo 1, por sua vez, é uma doença autoimune, geralmente diagnosticada ainda na infância ou adolescência, e não está relacionada a fatores de estilo de vida.
“O sistema imunológico ataca as células do pâncreas que produzem insulina. Fatores genéticos, virais e ambientais estão envolvidos, como exposição precoce a certos alimentos”, explica Mirella Miranda.
Estudos indicam que o aleitamento materno prolongado e a introdução tardia de leite de vaca e glúten podem ter efeito protetor.
Como prevenir a diabetes tipo 2
Apesar da influência da genética, a diabetes tipo 2 pode ser evitada ou retardada com mudanças no estilo de vida:
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Alimentação rica em fibras e alimentos naturais;
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Redução do consumo de açúcares e ultraprocessados;
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Prática regular de atividade física;
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Sono adequado e controle do estresse;
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Manutenção de peso saudável;
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Monitoramento com exames de rotina, como glicemia e hemoglobina glicada.
“Para quem tem predisposição, testes metabólicos mais avançados ajudam a identificar riscos precoces, mesmo antes dos sintomas”, destaca Carla.
Por que controlar a glicose?
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Evita sintomas como cansaço, sede intensa e visão turva;
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Previne complicações cardíacas, renais e neurológicas;
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Retarda o aparecimento de danos à retina e aos rins;
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Reduz o risco de amputações e infecções graves.
Conclusão
O Dia Nacional de Prevenção da Diabetes é um convite à reflexão e ação. Cuidar da saúde não é apenas tratar sintomas, mas prevenir riscos, promover conhecimento e cultivar hábitos saudáveis.
Mesmo quando silenciosa, a diabetes pode ser detectada, controlada e prevenida. O primeiro passo é a informação.
Com informações de Metrópoles







