O Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, visita o posto de fronteira de Jdeidet Yabous, no sudoeste da Síria, enquanto refugiados chegam do Líbano, em 7 de outubro de 2024 - اف ب

Dirigentes de todo o mundo expressaram, nesta segunda-feira (7), sua “dor” pelos ataques “atrozes” cometidos pelo Hamas contra Israel há exatamente um ano e manifestaram seu apego à paz, sem esquecer a situação dos palestinos, pelos quais há várias manifestações previstas.

De Londres a Tóquio, passando por Vaticano e Espanha, diversas declarações e manifestações relembraram o primeiro aniversário desse massacre, o mais mortal da história recente de Israel.

O ataque tomou o país de surpresa enquanto celebrava uma festividade religiosa, provocou a morte de 1.205 pessoas e desencadeou uma devastadora campanha militar de Israel na Faixa de Gaza que deixou quase 42.000 mortos. Além disso, em meados de setembro se abriu outra frente, no Líbano, contra o movimento islamista Hezbollah, aliado do Irã.

O primeiro-ministro trabalhista britânico, Keir Starmer, afirmou que seu país “não vacilará na busca pela paz” no Oriente Médio.

“Neste dia de dor e tristeza, honramos aqueles que perdemos e seguimos comprometidos a recuperar aqueles que seguem retidos”, escreveu na rede X.

Nesse dia, os islamistas também capturaram 251 pessoas, das quais 97 seguem cativas na Faixa de Gaza e 34 delas teriam morrido, segundo o Exército israelense.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, pediu ao mundo que “apoie Israel em sua luta contra seus inimigos” e disse que o dia 7 de outubro deixou “uma cicatriz na humanidade”.

“Forte condenação” 

O presidente francês Emmanuel Macron, cujo país abriga a maior comunidade judaica da Europa, também disse no X que “a dor ainda é tão vívida um ano depois, a dor do povo israelense, nossa dor, a dor da humanidade ferida”.

De Madri, o Ministério das Relações Exteriores da Espanha reiterou “sua forte condenação aos atrozes ataques terroristas do Hamas” e pediu “um cessar-fogo, a libertação dos reféns e o acesso humanitário aos civis” em Gaza.

O chanceler José Luis Albares disse em uma entrevista na televisão estatal que “a solução final é a solução de dois Estados, um Estado da Palestina que conviva e coexista em paz e segurança”.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que “o terror de 7 de outubro marcou uma ruptura cruel para o povo de Israel, assim como para o povo do Oriente Médio e do nosso país”.

O chanceler Olaf Scholz e o presidente Frank-Walter Steinmeier planejam participar das cerimônias de comemoração. Em Berlim, foram anunciadas marchas por iniciativa da comunidade judaica e também de simpatizantes pró-palestinos.

“Incapacidade vergonhosa” 

Em uma carta aberta aos católicos do Oriente Médio, o papa Francisco criticou a “incapacidade vergonhosa” da comunidade internacional de pôr fim ao conflito.

“Há um ano, o pavio do ódio foi aceso, não foi extinto, mas explodiu em uma espiral de violência, na incapacidade vergonhosa da comunidade internacional e dos países mais poderosos de silenciar as armas e pôr fim à tragédia da guerra”, disse ele.

O Japão “condenou inequivocamente” o ataque do Hamas e acrescentou que está “seriamente preocupado com a situação humanitária crítica que continua na Faixa de Gaza”.

Noa Países Baixos, onde uma bandeira israelense gigante será desfraldada em uma grande praça em Amsterdã, também são esperadas manifestações pró-palestinas, com eventos em várias estações de trem. O primeiro-ministro, Dick Schoof, participará de uma cerimônia organizada em uma sinagoga na capital pela embaixada israelense.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou preocupação com o “antissemitismo latente e desenfreado” durante uma cerimônia na Grande Sinagoga de Roma.

“Lembrar e condenar veementemente o que aconteceu há um ano não é um simples ritual, mas um pré-requisito para qualquer ação política que devemos tomar para trazer a paz ao Oriente Médio”, disse ela.

Ele pagará pelo genocídio” 

Em uma dura declaração contra Israel, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta segunda-feira que o país “mais cedo ou mais tarde pagará o preço” pelo “genocídio” que está cometendo contra o povo palestino.

“Durante exatamente 365 dias, 50.000 de nossos irmãos e irmãs, a maioria crianças e mulheres, foram brutalmente mortos”, disse ele.

Por sua vez, o oficial e ex-líder do Hamas, Khaled Mechaal, disse no canal Al Arabiyaun que o ataque colocou Israel de volta à “estaca zero e ameaçou sua existência”.

O Hezbollah, que Israel está combatendo no Líbano, disse nesta segunda-feira que continuaria a lutar contra a “agressão” de Israel, descrevendo-o como uma entidade “cancerosa” que deve ser “eliminada”.

Com informações de IstoÉ 

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