
247 – A morte de Betsy Arakawa, esposa do ator Gene Hackman, devido à hantavirose, trouxe à tona os riscos dessa doença rara e altamente letal. A informação foi divulgada pelo portal VivaBem, que destacou a gravidade da infecção e seus métodos de transmissão. A hantavirose é uma zoonose causada por vírus da família Hantaviridae e é transmitida principalmente pelo contato com urina, saliva e fezes de roedores contaminados. Em casos mais graves, pode levar a insuficiência cardiorrespiratória e à morte em quase metade dos infectados.
Como ocorre a transmissão
A principal forma de contágio se dá pela inalação de aerossóis contendo partículas virais oriundas de excretas de roedores. Outras formas de transmissão incluem contato direto com mucosas (boca, nariz e olhos) após tocar superfícies contaminadas, através de mordidas de roedores ou pelo contato com ferimentos na pele. Segundo o Ministério da Saúde, também há relatos de transmissão entre pessoas na Argentina e no Chile, associada a uma espécie específica do hantavírus, conhecida como hantavírus Andes.
Sintomas e evolução da doença
A hantavirose pode se manifestar de forma leve ou grave. Nos primeiros dias, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe, incluindo febre, calafrios, dores musculares e dor de cabeça. Em alguns casos, podem ocorrer sintomas gastrointestinais como náusea, vômito e dor abdominal.
Nos quadros mais severos, a doença evolui para a chamada síndrome cardiopulmonar por hantavírus (SCPH), caracterizada por dificuldade respiratória, taquicardia, tosse seca e, em casos críticos, falência cardiorrespiratória. O período de incubação varia entre 3 a 60 dias, com média de 1 a 5 semanas.
Situação no Brasil
A hantavirose está presente em todas as regiões do Brasil, com maior incidência nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2013 e dezembro de 2023, foram registrados 758 casos da doença no país, resultando em 299 óbitos. A taxa de letalidade é alarmante, atingindo 39,4% dos casos confirmados.
As infecções ocorrem principalmente em zonas rurais, sendo frequentes entre trabalhadores da agricultura. Por isso, a vigilância sanitária recomenda medidas rigorosas para prevenir o contato com roedores, principais reservatórios do vírus.
Prevenção e tratamento
Para reduzir o risco de contágio, é essencial adotar medidas como manter a casa e arredores livres de entulhos, armazenar alimentos em recipientes fechados e evitar o contato com roedores silvestres. Trabalhadores rurais devem utilizar equipamentos de proteção, como luvas, máscaras PFF3 e óculos de segurança.
O diagnóstico da hantavirose depende de exames laboratoriais específicos, e não há tratamento específico para a doença. O manejo clínico se baseia em suporte intensivo, podendo incluir ventilação mecânica em casos graves.
A hantavirose segue sendo um desafio para a saúde pública, exigindo atenção redobrada para evitar novos casos fatais.
Com informações de Brasil 247.