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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disparou duras críticas contra os principais aliados europeus, descrevendo-os como nações “em decadência” e enfraquecidas por políticas de imigração que, em sua visão, estariam “destruindo” o continente. As declarações foram feitas em uma entrevista ao site Politico, publicada nesta terça-feira (9/12).

Trump afirmou que “a maioria” das nações europeias está em declínio por permitir a entrada de imigrantes com “ideologias totalmente diferentes”. O presidente republicano acusou os líderes europeus de agirem por “politicamente correto” ao não repatriarem os imigrantes.

“Eles vão mudar sua ideologia, obviamente, porque as pessoas que estão chegando têm uma ideologia totalmente diferente. Mas isso os tornará muito mais fracos”, declarou Trump.

Sem citar nomes, Trump também chamou alguns chefes de governo europeus de “estúpidos” por suas políticas migratórias, que classificou como um “desastre”. A única figura mencionada diretamente foi o prefeito de Londres, Sadiq Khan, a quem Trump rotulou de “horrível, cruel e repugnante”. Khan, muçulmano e alvo frequente do republicano, já havia retrucado em setembro, chamando Trump de “racista, sexista, misógino e islamofóbico”.

Trump também expressou descontentamento com o que considera a deterioração de grandes capitais europeias: “Eu amava Paris. É um lugar muito diferente do que costumava ser. Se você olhar para Londres, tem um prefeito chamado Khan. Ele é um prefeito horrível. Eu amo Londres. E detesto ver isso acontecer”.

Divisões entre EUA e Europa e a Guerra na Ucrânia

As críticas de Trump surgem em um momento de aprofundamento das divisões entre Washington e a Europa. Na semana passada, enviados de Trump estiveram em Moscou para discutir um possível acordo de paz para a Ucrânia, mas, segundo relatos, fizeram pouca impressão nos russos. O Kremlin, por sua vez, observa com interesse o desgaste nas relações entre EUA e Europa, um cenário que pode favorecer Moscou.

Na mesma entrevista, Trump afirmou que a Rússia tem a “vantagem” na guerra e sugeriu que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deveria “começar a aceitar as coisas” para pôr fim ao conflito. “Ele vai ter que se mexer e começar a aceitar as coisas quando se está perdendo”, disse o presidente americano.

Essas declarações vêm à tona dias após a divulgação de uma nova estratégia de segurança nacional dos EUA, que critica abertamente governos europeus por manterem “expectativas irrealistas” sobre a guerra e por “obstruírem” um acordo de paz. O documento alega que “uma grande maioria europeia deseja a paz”, mas que esse desejo não se traduz em políticas devido à “subversão dos processos democráticos” por parte de seus próprios governos.

A resposta europeia não demorou. O chanceler alemão, Friedrich Merz, declarou que partes do documento são “inaceitáveis” sob a perspectiva europeia e reforçou que o continente não precisa dos Estados Unidos para “salvar a democracia” local.

Com informações de Metrópoles

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