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Já sentiu dores fortes na cabeça e não sabia se era enxaqueca ou apenas uma dor de cabeça comum? A diferença entre os dois quadros pode ser mais importante do que parece, e entendê-los ajuda a buscar o tratamento adequado.

A dor de cabeça, conhecida como cefaleia, é um sintoma comum e pode ser provocada por diversas causas. No entanto, a enxaqueca não é um incômodo qualquer.

“A enxaqueca é uma doença neurológica com critérios diagnósticos bem definidos. A principal característica é a dor de cabeça, mas ela vem acompanhada de outros sintomas, o que a diferencia da cefaleia comum”, explica a neurologista Isabel Araujo Moraes, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.

Ela ainda destaca que a enxaqueca pode ser episódica ou crônica, sendo que a segunda ocorre quando a dor aparece em pelo menos 15 dias no mês por três meses consecutivos. Por outro lado, a dor de cabeça mais comum, geralmente do tipo tensional, é caracterizada por uma sensação de peso ou aperto, especialmente na região frontal ou na nuca.

“A dor de cabeça tensional costuma ser mais leve e não vem acompanhada dos outros sintomas típicos da enxaqueca, como náuseas ou intolerância à luz e ao barulho”, explica o neurologista Marcelo Lobo, também do Hospital Santa Lúcia.

O que pode desencadear uma crise de enxaqueca? Segundo os especialistas, os gatilhos variam de pessoa para pessoa, mas há fatores comuns. Privação de sono, estresse e longos períodos de jejum estão entre os principais deles.

“Alimentos como frutas cítricas, queijos, bebidas cafeinadas, como café e energéticos, e até o álcool são conhecidos por desencadear crises”, afirma Lobo.

Isabel acrescenta que alterações hormonais, exposição à luz intensa e mudanças climáticas também podem ser gatilhos frequentes. “É importante que cada pessoa observe seus próprios desencadeantes, pois podem ser diferentes de um caso para outro”, destaca.

Sintomas da enxaqueca

  • A dor é intensa e latejante, localizada em um ou mais pontos da cabeça. Pode vir acompanhada de náuseas e vômitos.
  • Há também grande sensibilidade à luz, sons e cheiros.
  • Em alguns casos, a pessoa sente visão embaçada.
  • Também podem ocorrer episódios de aura, com pontos brilhantes ou manchas escuras na visão.
  • Formigamento e dificuldade para falar são outros sintomas possíveis.

Quando a dor de cabeça pode ser um sinal de alerta?

Embora a dor de cabeça seja um sintoma comum, em alguns casos ela pode indicar um problema mais sério e exigir atenção médica imediata. A médica clínica Josie Velani, da Metasense, em Brasília, alerta que é importante estar atento a dores de cabeça que se associam a febre, mal-estar, vômitos e sintomas neurológicos como formigamentos, dificuldade de fala, desmaios ou dificuldade em movimentar alguma parte do corpo.

“Esses sintomas podem ser sinais de uma condição mais grave, como um acidente vascular cerebral (AVC) ou uma infecção no cérebro”, diz.

A neurologista Isabel destaca que características específicas da dor de cabeça devem ser motivo de avaliação médica urgente. “Dores muito intensas e súbitas, que pioram progressivamente, cefaleia associada a febre, confusão mental, alterações neurológicas ou dores que acordam a pessoa durante a noite são sinais que indicam a necessidade de uma investigação imediata”, afirma.

Como é feito o tratamento?

A enxaqueca não tem cura, mas pode ser controlada. O tratamento visa aliviar as crises e, em casos mais frequentes ou incapacitantes, prevenir novos episódios. “Durante uma crise, é recomendado descansar em um ambiente calmo e com poucos estímulos. O uso de analgésicos, anti-inflamatórios e triptanos é eficaz para aliviar a dor”, orienta a neurologista Isabel.

Para quem sofre de crises frequentes, o tratamento preventivo pode incluir medicações orais, toxina botulínica (para casos crônicos) ou anticorpos monoclonais injetáveis. A médica também destaca a importância de hábitos saudáveis, como atividades físicas regulares, sono de qualidade e alimentação equilibrada para ajudar a controlar a enxaqueca a longo prazo.

Josie complementa que mudanças comportamentais, como o controle rigoroso da alimentação para evitar os gatilhos, são essenciais. “A qualidade do sono e o uso de medicações tanto para o tratamento das crises quanto para prevenção, com o objetivo de diminuir a frequência das crises, são essenciais”, conclui.

Com informações de Metrópoles 

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